Associação contratada pela gestão Aprígio também teve problemas com prefeituras da região metropolitana da Grande São Paulo. E-mail indicado para contato não existe, e o endereço físico é virtual
Unidade de Triagem da Covid ocupa o lugar da UBS Jardim Clementino |
David
da Silva
O
Ministério da Saúde indeferiu em março de 2019 a concessão do Certificado de Entidade
Beneficente para a Associação Instituto Prius contratada em março deste ano por
José Aprígio, prefeito de Taboão da Serra, para realizar os atendimentos
médicos dos casos leves e moderados com suspeita de Covid-19. A associação foi qualificada
como “organização social” pelo secretário da Saúde taboanense no último 19 de
janeiro. Esse mesmo pedido de qualificação foi negado pelas prefeituras de
Osasco e Jundiaí em 2018 e 2019, respectivamente.
A recusa do certificado pelo Ministério da Saúde foi feita pela Portaria MS-SAS nº 325, de 11 de março de 2019. Esse documento permite a celebração de convênios com o poder público.
A
qualificação da Associação Instituto Prius como Organização Social foi negada
pela Prefeitura de Jundiaí em 16 de janeiro de 2018 porque “não logrou êxito na
comprovação de documentação exigida pela legislação municipal”.
Em 7 de outubro de 2019 foi a vez da Prefeitura de Osasco indeferir o pedido de qualificação para essa mesma associação em portaria assinada pelo então secretário da Saúde Fernando Machado Oliveira.
O custo da emergência
A
Associação Instituto Prius foi contratada sem concorrência pública pela
Prefeitura de Taboão da Serra em 9 de março de 2021 por 3 milhões e meio de
reais (R$ 3.510.925,62). O contrato vale por 90 dias, e seu funcionamento é na
UBS Jardim Clementino, que foi fechada para o público – os 20 mil munícipes
atendidos pela unidade agora recorrem a outros postos de saúde.
O
Hospital de Campanha instalado em abril do ano passado em Taboão da Serra
dispunha de 60 leitos para internação. O Atendimento à Covid iniciado no último
dia 15 de março não faz internação – são 6 (seis) leitos de observação do
paciente “até sua liberação para casa ou transferência para a Unidade de
Referência [UPA Akira Tada]”, diz o contrato.
“A
nova administração da Prefeitura de Taboão da Serra cogitou a reativação de
leitos no Serviço Especializado de Reabilitação (SER), onde já foi instalado o
Hospital de Campanha. No entanto, os custos subiriam”, diz o release da gestão
Aprígio. Os números não confirmam.
O Hospital de Campanha ficou em atividade do dia 6 de abril até 11 de setembro do ano passado. Quando resolveu fechá-lo o ex-prefeito Fernando Fernandes disse: “Agora chegou o momento em que, com segurança, podemos entrar em uma nova etapa contra o coronavírus”. Hoje ele é criticado pela decisão.
Hospital
de Campanha de Taboão da Serra custou R$ 8.912.455,94. Funcionou por 5 meses e
6 dias com 18.758 atendimentos (até 07/07) e 595 pessoas internadas até 11 de setembro de 2020 quando fechou
Em 11 de setembro a Covid tinha matado 270 pessoas em Taboão da Serra. Depois que o hospital fechou, outras 273 morreram até ontem.
Neste ano em Taboão da Serra, de 1º de janeiro a 28 de março 123 pessoas foram mortas pelo coronavírus – 40 delas nos últimos 23 dias.
Sem contato
A reportagem tentou contato com a Associação Instituto Prius. Mas o e-mail que consta em sua ficha cadastral não existe. Sua sede na cidade de Barueri funciona em um escritório virtual. O endereço Calçada das Margaridas, nº 163, sala 2 no Condominio Centro Comercial Alphaville é dividido com várias outras empresas como agência de emprego, cobrança, rastreamento e logística, imobiliária, segurança, corretora de seguros, entre outras.
O
e-mail citado na ficha cadastral do cnpj da Associação Instituto Prius
Esse governo, um engodo atrás do outro. Valeu me Deus...
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