Vista aérea da 'chácara do japonês' |
David da Silva
A
Prefeitura de Taboão da Serra ainda não tem a posse do terreno para construir o
parque municipal anunciado pelo prefeito no sábado passado (22). Conhecida como
“chácara do japonês”, a área de 72 mil m² entre os bairros Jd Maria Helena e Jd
São Judas está em processo de desapropriação. O impasse está no dinheiro
envolvido. O imóvel tem valor de mercado de R$ 68 milhões, segundo perícia
contratada por Mário Teruo Hamada, dono da chácara; Aprígio quer pagar R$ 13
milhões – preço 80% mais baixo.
No
dia 13.jun.2024, o juiz Luiz Henrique
Lorey, da 3ª Vara Cível de Taboão da Serra, determinou a contratação de perito
judicial para avaliar a propriedade.
No mês passado, a administração municipal obteve R$ 105 milhões do Governo Federal para converter a “chácara do japonês” no espaço de lazer Parque Central. Para acelerar a implantação, o governo Aprígio solicitou em abril a imissão provisória na posse, mas o pedido foi negado pela Justiça.
Disparidade
Na petição inicial protocolada em 03.abr.2024, a prefeitura admite a grande disparidade entre os valores atribuídos à chácara de 72.600 m².
O arquiteto Adriano de Carvalho, da Eisen Perícias e Avaliações, deu
ao imóvel o valor médio de 15 milhões e meio (R$ 15.540.000,00).
O proprietário Mário Hamada apresentou contestação justificada
no estudo elaborado pelo engenheiro civil e ambiental José da Silva Dutra, que
deu à chácara o valor de R$
68.368.074,03.
Um terceiro laudo, feito pela engenheira Daniela Merhej Jacob, sugere pagar R$ 13.716.000,00, e este foi o valor incorporado pela gestão Aprígio na ação de desapropriação.
Impasse tributário
A
“chácara do japonês” foi declarada de utilidade pública pelo Decreto nº 69, de
12.mai.2023, e sua destinação como Parque Central foi apontada no Plano Diretor
de 2006.
O
imóvel tem dívida acumulada de IPTU de 2011 a 2023, totalizando mais de 2
milhões de reais (R$ 2.263.902.33). O IPTU de 2024, sem nenhuma parcela
paga até a data de hoje, soma R$ 107.313,18.
Os
carnês de IPTU dos anos 2019, 2020, 2021 e 2022 estão com suas cobranças
suspensas por decisão judicial datada de 17.nov.2022.
Um comentário:
Conversa fiada de fazer parque público. Querem desapropriação do imóvel para ser vendido para iniciativa privada construir prédios. Sabemos qual é o real interesse nisso aí.
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