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terça-feira, 12 de julho de 2022

Concurso da Prefeitura de Taboão causa tumulto em Osasco

Aprígio mandou professores fazerem prova fora de Taboão
David da Silva

Por quê candidatos a cargo público na Prefeitura de Taboão da Serra foram fazer prova fora do município, ainda é um mistério. Na 3ª-feira da semana passada, 5 de julho, Aprígio convocou os inscritos para o cargo de PEB I (professor de educação básica) a prestarem o concurso em uma faculdade particular na cidade de Osasco. A aglomeração de quase nove mil pessoas disputando 120 vagas gerou temor de contágio, e atrasou o início da prova.

O concurso teve 8.844 inscritos. Com a taxa de inscrição de R$ 80,00, foram arrecadados R$ 707.520,00.

Os 120 aprovados irão trabalhar 30 horas por semana nas escolas municipais com salário inicial de R$ 3.177,26. Além das vagas disponíveis o concurso também vai formar cadastro de reserva válido por dois anos.

O resultado final será publicado em 9 de agosto.

Usa quem quer

As máscaras de proteção facial tiveram seu uso liberado pelo edital de convocação. Deixar a critério de cada um causou apreensão. “Eu prestei o concurso de Taboão, e estou me recuperando de uma covid. Não tinha distanciamento nenhum nas salas”, relata Aline Kazumi.

A ausência de prevenção ao contágio do coronavírus contradiz o especificado na cláusula 1.6 do edital: "Devido à pandemia do COVID-19, a organizadora do certame reserva-se no direito de tomar medidas protetivas e preventivas durante o andamento do Concurso".

“Na sala onde fiz a prova uma pessoa passou mal. Precisou uma professora gritar pedindo ajuda, e mesmo assim demorou para atenderem”, cita Eudália Neves.

O ajuntamento de mais de 8.800 pessoas no pátio de entrada afetou o ânimo de muitos candidatos. “Entramos em sala já estressados pela falta de organização. E para piorar, com fiscais ignorantes”, reclama Fátima Cristina.

Longe e atrasado

“O concurso era pra ter início às 15h, mas por muitas pessoas ainda estarem do lado de fora só iniciou às 15h45”, conta Alice Silvino.

A mesma candidata questiona a distância em que as provas foram realizadas, e a dificuldade de quem utiliza transporte coletivo, que aos domingos opera com frota extremamente reduzida. “Verdadeiramente, foi um absurdo o que passamos”, completa.

Se na sala onde Alice fez a prova foram 45 minutos de atraso, em outras, o desacerto foi maior. “Teve salas que começou muito mais tarde que esse horário. Cada sala começou em um horário diferente”, explica uma das candidatas.

Cláusula confusa

No edital de abertura do concurso para as 120 vagas de PEB I, a cláusula 1.4 diz que “Todas as etapas presenciais serão realizadas no município de Taboão da Serra-SP. Caso o número de candidatos exceda a oferta de locais suficientes ou adequados [...] essas [provas] poderão ser realizadas em cidades próximas”.

A gestão Aprígio não esclareceu a partir de qual número seria considerado “excesso” de candidatos.

“Desorganização em tudo, entrada, saída, atraso para entregar a prova”, denuncia Eliana Pereira. “Fomos impedidos de usar o banheiro. Passou um fiscal na sala e disse que, a partir daquele momento, só poderia usar o banheiro na saída. E na saída disseram que não era possivel, pois não tinha banheiro no térreo”.

SUFÔCO


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