Árvores de 25 anos serão cortadas para encaixar pequenas salas de aula no local marcado em vermelho, entre dois telhados
David da Silva
Contrariando o Estudo Técnico Preliminar da
Secretaria de Obras de Taboão da Serra, a reforma e ampliação da EMEF Paulo
Freire está sendo feita durante o horário das aulas. A equipe de engenharia
pontuou que o serviço “de preferência deverá ser realizado durante a noite,
após horário de atendimento ao público, para não causar grandes transtornos [a
professores e alunos] e possíveis acidentes a quem estiver no entorno”.
O blog sobrevoou a escola na manhã desta 2ª-feira (9). Havia movimentação no telhado das salas 10 e 11. Segundo uma fonte, no início do destelhamento das salas no final do mês passado as crianças eram mandadas para casa. “Foi feita reunião pedindo [nossa] compreensão. A diretora mandou bilhetes de acordo com a obra. A dispensa é por conta dos telhados”, informou no último dia 29 o pai de uma aluna.
Dinheiro de fora
A
prefeitura não investiu verba própria na reforma da escola. Foi pego R$ 1
milhão do Orçamento do Estado, cabendo ao governo municipal o restante. O custo
total é de R$ 1.065.309,30.
Segundo
a planilha orçamentária, são 1.645,64 m² de troca das telhas cerâmica por telhas
onduladas.
Serão levantadas três novas salas de aula com 28 m² cada uma. Para construí-las, haverá a derrubada de árvores plantadas 25 anos atrás.
Transformações
No
dia 19 deste mês, vai fazer exatos 25 anos que a EMEF Paulo Freire passou por
uma grande transformação.
Ela
nasceu como Escola Municipal Penadinho, criada pelo decreto nº 16 de
03.março.1996 do ex-prefeito Buscarini, e era destinada à educação infantil.
Com
a municipalização do ensino fundamental, o decreto nº 56, de 31.julho.1998,
mudou a denominação para EMEF Paulo Freire.
Em
19.set.1999, o ex-prefeito Fernando Fernandes e o secretário da Educação
Antonio Carlos Fenólio inauguraram novas dependências da escola que hoje tem 9
salas com 51 m², e 3 salas com 34 m², 46 m² e 49 m², respectivamente.
O
pequeno tamanho das três novas salas com apenas 28 m² gera polêmica (e até
ironia). “É para aproveitar melhor o espaço. Os alunos assistirão às aulas em
pé”, satiriza um engenheiro aposentado da Prefeitura de Taboão.
“Quando
você pensa que já viu de tudo, ele aparece com uma ação pior. Não é possível
isso, será que ninguém pensa nessa gestão, será que ninguém ouviu falar em
Gestão de Projetos?”, critica a munícipe Maria Izabel Mariano, pós-graduada em
Controle Social das Políticas Públicas.
A professora Sandra Lima observa que “uma sala para 35 alunos precisa ter, no mínimo, 49 m², já diziam os engenheiros da Conesp (Companhia de Construções Escolares do Estado de São Paulo) quando eu acompanhei a construção da escola Armando Andrade”, relembra Lima, que entrou na Educação Municipal em março/1978, e dirigiu as EMIs Mônica e Chico Bento, a EMEF Ugo Arduini e a EMEB Darcy Ribeiro. “Também fiz o acompanhamento da construção da EMEF Antonio Fenólio”, recorda.
OUTRO LADO
O
ex-secretário executivo da Secretaria Municipal da Educação Orderlan Souza, que
obteve a verba para a reforma por meio de emenda do deputado estadual Jorge
Carmo (PT), defende que o tamanho reduzido das três novas salas “é por conta do
espaço físico do terreno. Se a estrutura da escola tivesse condições para verticalizar,
elas seriam maiores”.
Na seta, telhas trocadas no horário letivo - Fotos: bar&lanches taboão - 09.set.2024 |
Segue a íntegra do que consta no Estudo Técnico Preliminar em questão:
ResponderExcluir" 04-O PRAZO DE EXECUÇÃO TOTAL SERÁ DE 150 DIAS CONTADOS DA ORDEM DE INÍCIO QUE SERÁ EMITIDA PELA SECRETARIA DE OBRAS E INFRAESTRUTURA, MAS INDEPENDENTE DESTE PRAZO QUE SERÁ O TOTAL PARA EXECUÇÃO DE TODAS AS OBRAS EM QUESTÃO, SERÁ NECESSÁRIO QUE ESTAS SEJAM EXECUTADAS O MAIS BREVE POSSÍVEL COM O INTUITO DE NÃO ATRAPALHAR MUITO A OPERACIONALIDADE DO LOCAL, PORTANTO DE PREFERÊNCIA DEVERÁ SER REALIZADO DURANTE A NOITE APÓS HORÁRIO DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO OU EM HORÁRIO A SER DEFINIDO PELO FISCAL DO CONTRATO E TAMBÉM PODERÁ SER DEFINIDO EM DIAS QUE SERÃO MAIS PROPÍCIOS PARA A EXECUÇÃO, PARA NÃO CAUSAR GRANDES TRANSTORNOS E POSSÍVEIS ACIDENTES AS PESSOAS QUE ESTÃO UTILIZANDO O EQUIPAMENTO PÚBLICO; "
Pode-se perceber que no contexto real, consta a palavra " preferencialmente " e também que o horário de execução será definido pelo Fiscal do Contrato, que com certeza, este deve saber qual o horário será mais adequado para a execução.
A preferência de horário da obra foi destacada no parágrafo inicial da reportagem. A advertência sobre transtornos, e a responsabilidade da SEDUC, está ressaltada por 4 vezes no documento 002-28873-23-ETP, principalmente no trecho: "UMA INTERDEPENDÊNCIA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A QUAL INDICARÁ OS DIAS E HORÁRIOS MAIS ADEQUADOS PARA A INTERVENÇÃO DAS OBRAS, OU SEJA, OCASIÕES MAIS PROPÍCIAS PARA A EXECUÇÃO, PARA NÃO CAUSAR GRANDES TRANSTORNOS E POSSÍVEIS ACIDENTES A QUEM ESTIVER NO ENTORNO".
ExcluirEstamos andando de RÉ, tirando as árvores e as telhas de cerâmicas só vai aumentar a temperatura no local, parabéns para os engenheiros.
ResponderExcluirBando de desqualificados inúteis. R$ 1 milhão em verba pública para realizar puxadinhos em escola. Deveriam ser presos. Gente a toa.
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