O poeta Djalma Allegro (à direita, em foto de Marjorie Rose Sonnenshein) é um saboroso fruto de minha amizade com Aloísio Nogueira Alves. Foi este bom cearense que me apresentou o Djalma, jornalista, advogado, ator e dramaturgo. Nos anos 60, integrava a Academia dos 13, da Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero. Foi redator na Editora Abril, no Jornal da Tarde, e hoje é conselheiro cultural da OAB-SP. Periodicamente, publicarei poemas do seu livro Retomada, lançado por Massao Ohno Editor, em 1999.
COMBEBENTE
Não é camarada
nem companheiro
nunca dormimos juntos
nem comemos do mesmo pão
nossa mesa se serve de poesia
de mulher e futebol
às vezes Filosofia.
COMBEBENTE, COMBEBENTE
só o papo prolongado, onde jogamos
nosso stress, nossa canseira
o que vier de uma loucura, eu topo
nossa união se resume neste copo
COMBEBENTE
onde a vida cai difícil e atordoada
e de onde sai limpa, sem um vício
moderada
COMBEBENTE
nem companheiro, nem camarada
é uma aliança emocionante
em cada dose de amizade
renovada
falamos mal do governo
e do povo anestesiado
temos a solução do mundo
desde o operário e a máquina
ao agricultor e a enxada
e o nosso papo
COMBEBENTE
acaba sempre na procura
desse Nada:
onde mora coisa alguma
numa praça sem problemas
sem arrosto
qual o copo sem bebida
e a mesa sem tira-gosto.
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