50 ANOS
Aldir Blanc
Eu vim aqui prestar contas
de poucos acertos, de erros sem fim
eu tropecei tanto às tontas
que acabei chegando ao fundo de mim
O filme da vida não quer despedida
e me indica, acha, a saída e pede socorro
onde a lua encanta o alto do morro
e gane que nem cachorro
correndo atrás do momento que foi vivido
Venha de onde vier
ninguém lembra porque quer
eu beijo na boca de hoje
as lágrimas de outra mulher
Cinqüenta anos são bodas de sangue
casei com a inconstância e o prazer
Perdôo a todos. Não peço desculpas
foi isso que eu quis viver
Acolho o futuro de braços abertos
citando Cartola eu fiz o que pude
aos cinqüenta anos insisto na juventude.
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