quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Tá lá um corpo estendido no chão – 2ª parte

Por volta das 20h50 desta 4ª-feira, 19/09, três homens biritavam em um boteco cavernoso na favela do Jardim dos Pinheiros, às margens da Rodovia Raposo Tavares, na região do Butantã, zona oeste da Capital. Minutos depois, estavam estendidos no chão, cravejados de balas. Populares disseram ter sido obra de atiradores.
Porém (e sempre há um porém, como dizia Plínio Marcos) a Secretaria da Segurança Pública (!?) divulgou nota na manhã de hoje, segundo a qual a ocorrência não foi chacina: dois homens teriam tentado assaltar o boteco, o proprietário reagiu, matou os dois malacos, e ainda atingiu um freguês.
Não vamos engolir de bate-pronto nenhuma das histórias. A “boca-do-povo” não é fonte descartável, e a Polícia está de cabeça quente com a crescente onda de assassinatos coletivos.
Caso se confirme a matança do Butantã, já serão 22 chacinas no Estado de São Paulo entre janeiro e a noite de ontem. Os mortos pelos atiradores chegam a 88 até o momento que escrevo (o número não é oficial. Ainda há baleados em estado grave nos hospitais).
Os extermínios em massa não estão restritos a São Paulo. Há registros recentes de chacinas em Minas Gerais (17 mortos em duas matanças nos dois últimos finais-de-semana), na Bahia (em 36 horas entre sábado e domingo foram 36 chacinados), e em Alagoas, onde na última 6ª-feira, 14/09, aconteceu a “chacina do Igaci”, com a morte de dois homens e uma mulher.

Praça do Jaguaré, zona norte, local de chacina na 6ª-feira, 14/09

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