Perguntei ao jornalista Mário de Freitas o que aconteceu na montagem de sua reportagem, sobre a prisão de funcionários da Fiscalização da Prefeitura de Taboão da Serra, publicada na edição nº 171 do Jornal Hoje, e veiculada em primeira mão aqui no blog (leia
Escândalo no pombal).
Forneço abaixo um extrato da nossa conversa, reveladora do caso mais bisonho que já ví no jornalismo de Taboão da Serra:
Mário, na sua matéria, há uma nota de rodapé onde você escreveu que não iria "citar os nomes dos envolvidos por não cometer injustiças." Mas você publicou o nome do fiscal preso, o tempo que ele tem na Prefeitura, pôs uma foto enorme dele na capa, e na página 3 reproduziu a foto da capa ao lado de uma outra, além de 7 reproduções do close do rosto do acusado.
Mário de Freitas: Eu só tinha a foto dele. Fui avisado que o Paulo Pestana estava no IML fazendo corpo-de-delito, fui e fotografei.
Por que você não citou o nome da outra pessoa?
Eu não sabia quem ela era.
O texto quase inteiro da matéria, você cita as pessoas presas no masculino. Apenas em um pequeno trecho, por descuido você deixou escapar o pronome feminino. Você sabia que a presa era funcionária de confiança do prefeito Evilásio, e parente de um assessor do prefeito?
O [e cita o nome da pessoa da Prefeitura que lhe informou do flagrante] me enganou. Não me disse que ela exercia cargo de confiança. Só fiquei sabendo disto pelo teu blog. Pior foi o jornal O Povo, que nem citou que havia outra presa. Publicou que foi só o fiscal.
Mas, o blog deu a notícia no dia seguinte à prisão, e o teu jornal foi distribuído quatro dias depois...
Quando eu lí o blog, meu jornal já estava pronto.
Na despedida, Mário me disse: "Na próxima edição vou publicar todos os detalhes, sem esconder nada de ninguém."
Portanto, meus queridos colegas de copo e de cruz, tirem suas próprias conclusões. A minha eu já tirei.
Complica-se situação dos acusados
Ao contrário do que o advogado da funcionária presa esperava acontecer na última 6ª-feira, sua cliente não foi beneficiada com habeas-corpus. Foi transferida da carceragem da Delegacia de Taboão da Serra para o 89º DP, no Portal do Morumbi.
O fiscal Paulo Pestana também foi transferido para outra unidade prisional. O caso do acusado complicou-se, já que ele não é réu primário. Informações não confirmadas sugerem que Pestana já teria sido autuado por furto na década de 1970.
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