Na pintura de Alberto Sughi, estão visíveis todos os traços do seu processo criativo. Ao contrário de pintores que ocultam sob camadas definitivas de tinta as etapas de criação, a obra de Sughi deixa à mostra toda a maestria de seu desenho e a riqueza de sua elaboração cromática.
Ficam transparentes todas as camadas de cores, dando fluidez aos objetos e aos personagens.
Neste universo não há heróis. Retrata simplesmente, com estupenda força expressiva, momentos da vida cotidiana. Não há como separar todas as partes que integram a pintura. Os personagens estão psicologicamente distantes uns dos outros. Mas a solidão é o seu traço-de-união.
Mesmo entre o homem e a mulher que conversam (negociam?) no balcão, persiste o estranhamento.
Alberto Sughi também impõe o distanciamento a quem observa sua obra. Mesmo nos aproximando da tela, não nos é permitido penetrar na emoção de seus personagens, além do limite imposto pelo autor.
Mas Sughi não explora a decadência física-moral destes habitantes da noite enclausurada no bar. Trata-os com refinamento e elegância.
Cada gota de tinta explode
Alberto Sughi nasceu em 5 de outubro de 1928,
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