Esta nota já deveria estar postada desde o dia 4 de fevereiro. Mas eu queria checar a veracidade da história do personagem da Pérsia, que ilustra a minha indignação. Até agora não sei se é verdade – pedi ajuda à Embaixada da República Islâmica do Irã; quando me responderem, aviso vocês.
Vamos ao fato, ou melhor, ao descalabro:
A Prefeitura de São Paulo resolveu no 1° dia deste mês, fechar 4 bibliotecas. O argumento veio embrulhado na típica linguagem de dono de comércio reles, chinfrim, rastaqüera, nojento. Disseram os “iluminados” da (indi)gestão Kassab que as bibliotecas foram fechadas dado “à baixa freqüência de público”.
Não vou escrever aqui o nome do indecente que está à frente da Secretaria da Cultura paulistana. Neste Bar & Lanches Taboão não dispomos de saco-de-vômito onde depositá-lo. Fechar uma biblioteca por meio de tortuoso raciocínio mercantilista merece uma adagada na bunda e uma cimitarra no pescoço.
Bibliotecas são para ficarem abertas todos os dias da semana, de preferência 24 horas por dia. Não importa o movimento. Os livros repousam calmos à espera de uma alma a ser salva pela cultura encerrada entre páginas.
Numa manobra sacana, a Prefeitura paulistana deixou de investir nestes templos urbanos do saber. Daí deu-se o desestímulo público em freqüentá-los.
Me lembra o triste episódio do governo Mário Covas, quando fecharam distritos policiais do subúrbio com o argumento mefítico de contenção de gastos. Órgãos públicos da Cultura e da Segurança, dois bens supremos do ser humano assim como a Saúde, são para servirem o cidadão quando este sentir necessidade.
Este Kassab é um desserviço a São Paulo; herdou o comando da 4ª maior cidade do planeta sem ter envergadura para tal.
A origem dele é do Oriente-Médio, e ele não aprendeu nada do elevado amor dos mouros pelo Conhecimento.
Como disse, não sei se é vero, mas contam que na Pérsia, no século 10, viveu o grão-vizir Abdul Kassem Ismael. Sua biblioteca continha 117 mil volumes. Mesmo quando tinha de viajar por questões de guerra ou diplomacia, ele não se apartava dos seus livros. Transportava a biblioteca sobre uma tropa de 400 camelos, organizados por ordem alfabética. Cada condutor de camelo era um bibliotecário. A qualquer hora que Abdul necessitasse de determinada obra, ela era imediatamente localizada.
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