Vamos ao fato, ou melhor, ao descalabro:

Não vou escrever aqui o nome do indecente que está à frente da Secretaria da Cultura paulistana. Neste Bar & Lanches Taboão não dispomos de saco-de-vômito onde depositá-lo. Fechar uma biblioteca por meio de tortuoso raciocínio mercantilista merece uma adagada na bunda e uma cimitarra no pescoço.
Bibliotecas são para ficarem abertas todos os dias da semana, de preferência 24 horas por dia. Não importa o movimento. Os livros repousam calmos à espera de uma alma a ser salva pela cultura encerrada entre páginas.
Numa manobra sacana, a Prefeitura paulistana deixou de investir nestes templos urbanos do saber. Daí deu-se o desestímulo público em freqüentá-los.
Me lembra o triste episódio do governo Mário Covas, quando fecharam distritos policiais do subúrbio com o argumento mefítico de contenção de gastos. Órgãos públicos da Cultura e da Segurança, dois bens supremos do ser humano assim como a Saúde, são para servirem o cidadão quando este sentir necessidade.
Este Kassab é um desserviço a São Paulo; herdou o comando da 4ª maior cidade do planeta sem ter envergadura para tal.

Como disse, não sei se é vero, mas contam que na Pérsia, no século 10, viveu o grão-vizir Abdul Kassem Ismael. Sua biblioteca continha 117 mil volumes. Mesmo quando tinha de viajar por questões de guerra ou diplomacia, ele não se apartava dos seus livros. Transportava a biblioteca sobre uma tropa de 400 camelos, organizados por ordem alfabética. Cada condutor de camelo era um bibliotecário. A qualquer hora que Abdul necessitasse de determinada obra, ela era imediatamente localizada.
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