segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A semana da gloriosa dona Zazá

A partir de hoje, 4 de agosto data em que ela nasceu, e até o próximo sábado, nosso boteco imaginário estará enfeitado para festa.
Festa para minha filha Maísa, nome que o carinho dos que a rodeiam condensou para Zazá, ou Zá.
Até os sete/oito anos de idade, a família me aperreava:
- A Zazá não faz um círculo com o lápis, não lê uma vírgula!!!
Eu, na minha. Intuitivamente percebia que debaixo daqueles olhinhos vivazes, letras e sinais gráficos entravam em ebulição.
A leitura e a escrita brotaram na colheita prevista do ensino fundamental.
Mas, aos 13 anos, Zazá decretou:
- Vou ser jornalista.
Eu, quieto. Comovido e mudo.
Uma bela tarde, vadiando em vão pela internet, dou de cara com um blog cheio daquilo que os acadêmicos chamam de escrita interior.
A erupção já começou, e eu nem estava sabendo.
Assim é minha Zazá: um lago de doçura. Mas de uma profundidade, de uns misteriozinhos de menina-moça, que bom seria colocarmos ali um aviso aos navegantes.
Nestes próximos dias vocês saberão algumas historiazinhas reais (opa!, quase entreguei o nome do blog dela!!!) desta personagem importante deste tempo que estou sobre a terra.
Sirvo, como aperitivo, um texto da minha Zazá linda. E não se espantem se sentirem (garanto que não é corujice paterna) alguma coisa de Clarice, de Lygia...

Dúvidas

Por Maísa Borghetti

Será que...
Não, melhor nem pensar nisso.
Mas... e se realmente for?
Ai!, que medo. Não sei, mas... sinto medo.
E se eu...
É melhor deixar tudo como está.
Mas seria tão...
IDIOTA!!! Não seja idiota mais uma vez.

Você sabe como é, como foi, e como vai ser.
Tira isso da cabeça. É, tira isso da cabeça.
Mas... sabendo que tudo seria...
Seria ruim, péssimo.
Já posso sentir a dor, as lágrimas, o desespero. Melhor nem pensar; melhor deixar assim, como está.
Mas até quando será assim?
Até quando vou deixar como está?
Não seria melhor se eu ...
Não, não seria melhor.
O melhor é que eu espere pra ver o que acontece.
É. É isso. Esperarei... Em silêncio.
Não será tanto sacrifício, já que eu guardo tanta coisa para mim.
Vou fingir apenas que esqueci, que não ligo mais.
Porém, ligando, e "por de baixo dos panos" fazendo
algo para acabar logo com isso.

2 comentários:

Maísa Borghetti disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Maísa Borghetti disse...

Papai, roubastes um texto meu! Assim não vale, eu fico com vergonha (rs). Obrigada, papai, herdei a escrita de ti. Te amo muito papai. Obrigada.