sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ruas-Fantasmas

Faz um tempão que o Armando Ricardo Andrade não atualiza a seção sobre origens dos nomes de ruas no site O Taboanense. O ato falho no início do parágrafo é porque sei que o ex-prefeito Armando Andrade tem memória de elefante, e vejo suas digitais na coluna editada pelo filho.
Armandão foi quem deu a Taboão da Serra a cara de cidade. Construiu com verbas da própria prefeitura ginásio poliesportivo, estádio e campos de futebol, zoológico, praças de eventos, prontos-socorros, teatro e maternidade. Vem de suas duas gestões a denominação de várias das nossas ruas – inclusive de forma racional como no Jd Santo Onofre (ruas com nomes de artistas), Jd São Salvador (ruas alusivas a datas), Jd América (nomes de países da América Latina), Pq Monte Alegre (países da África) e Pq Assunção (nomes de flores).
Enquanto o Ricardo não retoma a toponímia, sirvo no nosso balcão fictício dois “causos” curiosos de nomes de ruas.
Não procurem na história de Taboão a biografia de José Paris, que dá nome a uma rua do Jd Freitas Junior. Ele não existiu. Não se trata nem mesmo dos seus homônimos que batizam uma rua no bairro Sarandi, em Porto Alegre (RS), ou uma travessa em Santa Marta do Portuzelo, em Viana do Castelo, região norte de Portugal.
Certo dia Armando Andrade recebeu a notícia da morte do ator José Parisi. Imediatamente solicitou que preparassem documento público dando-lhe nome de rua. O decreto saiu com o nome errado de José Paris (a datilógrafa comeu o último "i"), mas a homenagem foi oficializada. Dias depois soube-se que o artista, embora mal de saúde, ainda não havia morrido (o que só aconteceu em 29 de dezembro de 1992, dois dias antes do Armandão encerrar seu segundo mandato de prefeito).
Outra via com nome sem vínculo real com Taboão é a Rua Kossei Hamati, no Jd Pirajuçara. Quem me conta é Lelo Silva, figura histórica da cidade, espécie de meu irmão mais velho desde pequenininho: “Na época, eu, primeiro suplente, tinha assumido por uns meses a cadeira de vereador”, diz Lelo. “Aí me chega o vereador Mituzi Takeuti, pedindo meu apoio para um projeto de nome de rua. Perguntei quem era o homenageado. Ele me falou que era um amigo da família Takeuti. Só que o cara viveu e morreu no Japão!!! O Mituzi era um colega sempre cordial; aprovava tudo o que se apresentasse na Câmara. Seu bordão era: ‘Eu voto com a maioria’. Daí nem tivemos jeito de negar o pedido do Mituzi, e Taboão tem rua com nome de um japonês que não foi figura histórica, e talvez nunca soube pra que lado fica o Brasil!”.

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