segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Natal de uma brasileira na Terra do Gelo

Frequentadores deste nosso boteco virtual já conhecem Jussanam (na foto à direita enfrentando o frio de Reykjavík, capital de Iceland (Islândia). A cantora-atriz-escritora carioca está radicada na Terra do Gelo desde fevereiro de 2008 (leia aqui o que já foi publicado sobre ela na nossa birosca internética). Pedi a Jussanam que nos contasse esta sua primeira experiência de festas de final de ano na pátria de Björk:
O Natal na Islândia tem especiais diferenças, a maioria delas por conta das lendas. Aqui Papai Noel tem uma mãe, chamada Gryla, que é uma senhora de aspecto terrível, terrível mesmo!!! Que tem um marido tão horrível quanto ela. E os filhos são 13. Não apenas Santa Claus, mas 13, cada um com uma diferente característica, cada um com um dia a ser celebrado.
Por isso, o Natal na Islândia começa cedo, no início do mês de dezembro e termina oficialmente 06 de janeiro.
Essa terrível senhora sai com o seu saco nas costas, não para distribuir presentes, mas para pegar as crianças que não se comportam bem e levar com ela para a sua gruta nas montanhas geladas, onde vive com sua família que aguarda faminta as crianças que Gryla trará para o jantar. Sim, as crianças são o jantar!
As crianças que não se comportam bem, também podem receber no Natal, ao invés de presentes, uma BATATA!
Mas de verdade, os islandeses adoram dar presentes nessa data (eles compram muito) e as batatas são mais usadas na ceia como alimento.
Eu escrevi uma peça teatral baseada nessas lendas. Essa peça especialmente escrita foi apresentada na escola onde trabalho (sou responsável pela parte teatral com as crianças). O resultado foi lindo! Uma especial emoção ver um texto meu traduzido e interpretado por crianças islandesas.
Jussanam acompanha montagem de sua peça
Crianças islandesas encenam texto de Jussanam
O Natal aqui é também muito sublime. Na noite do dia 23 estivemos no centro da cidade para presenciar a parada de Natal. Uma multidão segue um coral que canta músicas natalinas, enquanto outra parte das pessoas aguarda o cortejo na principal rua do centro de Reykjavik. Tudo isso iluminado pelas velas que eles carregam nas mãos.
Eles não bebem nessa época, deixam a bebida para o Ano Novo.

Réveillon na Terra do Gelo
A comemoração de Ano Novo foi mesmo uma grande surpresa, devido à quantidade de fogos e a durabilidade disso. A ceia não é a meia-noite como no Brasil, mas no horário normal do jantar (que aqui varia entre 18 e 19 horas). Os fogos começam às 20h30 e tem seu momento alto à meia-noite, quando os céus de toda a cidade por todas as partes são cobertos pelos fogos. Agora entendo porque as estatísticas mostram a quantidade astronômica de dinheiro gasto com os fogos nessa época na Islândia. É mesmo incrível!
Estivemos assistindo a queima de fogos numa praia de Reykjavík, com uma ampla vista de toda a cidade.
Foi um lindo momento realmente!!! Eles costumam fazer grandes fogueiras para que o povo possa ficar ao ar livre aquecido, devido ao frio. E nós pudemos nos beneficiar do calor de uma dessas enormes fogueiras, e admirar a beleza desse momento.”

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