quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dona Inah, rainha do samba, morou em Taboão da Serra

Dona Inah e seu fã  -  Foto: Homero Bagdá
Na década de 1970, Taboão da Serra foi a morada de uma das mais importantes cantoras da história da música do Brasil – prêmio TIM de Música em 2004, e em 2005 consagrada em Paris como “Reine du samba”.
Quando viveu na nossa cidade, os vizinhos não a chamavam de Dona Inah – nome artístico adotado quando gravou seu primeiro disco, aos 69 anos de vida.
Na sua fase taboanense, ela ainda era a “dona Inês” (Ignez Francisco da Silva).
“Em Taboão da Serra eu morei no Jardim Helena, na Rua Beatriz Regina”, conta Dona Inah. “Minha casa ficava perto da mercearia do ‘seo’ Manoel, um português que tinha seu comércio na esquina com a Estrada do São Francisco”, relembra a cantora.

Rua Beatriz Regina, à esquerda
“Ao lado da mercearia do português havia uma oficina mecânica. Ali foi o primeiro emprego do meu filho Daniel, com carteira assinada”, diz Dona Inah, mãe de sete filhos – perdeu quatro.
Antes de vir para Taboão da Serra, Dona Inah morava em Santo André, região do ABC paulista. “Eu estava procurando casa para alugar. Conheci um turco, chamado ‘seo’ Jorge, e fui morar de aluguel numa propriedade dele no Jardim Helena”.
De segunda-feira a sábado, Dona Inah trabalhava de diarista durante o dia, e à noite ia cantar em uma boate no quilômetro 28 da Via Anchieta, no Riacho Grande. “Pegava um ônibus de Taboão da Serra até Pinheiros, depois outro até o centro de São Paulo, e um terceiro pra chegar no trabalho. Saía do Jardim Helena de tardezinha, e só voltava na manhã seguinte”.
Nos finais de semana, Dona Inah trabalhava na cozinha do San Francisco Country Club, extinto clube na Estrada do São Francisco, onde há hoje o conjunto de prédios “Colinas do Sol”.
Dona Inah morou em Taboão da Serra por cerca de oito anos.
A história dela deve virar filme (conheça um pouco da sua vasta trajetória de vida aqui).
E eu profetizo desde já que o filme sobre Dona Inah irá para Hollywood como concorrente brasileiro ao Oscar.
Afinal, os gringos gostam (todos nós gostamos) da história de pessoas que chegaram ao fundo do poço e se reergueram, transformando sua biografia na letra de um hino em louvor à Vida.
Dona Inah canta: Longe de Casa (Eduardo Gudin e Paulo Vanzolini)
Faixa do CD Olha quem chega, dedicado à obra de Eduardo Gudin

2 comentários:

Aloisio Nogueira Alves disse...

Para mim, BAR&LANCHES-TABOAO, é isso- POESIA, LIRISMO, CULTURA PURA- como é bom, entrar nele logo cedo e se deparar com essa matéria. É como adentrar na selva e ouvir os pássaros e o murmurar de uma cascata. Existe espaço nos grandes veiculos de comunicação, para eguinhas pocotó, como disse o nosso amigo, Assis Angelo, mas pouco para verdadeiros artistas. Rolando Boldrin faz o que pode, tanto assim que em 06/09/2005, logo no inicio de seu Programa Sr.Brasil, nos presenteou onde ela interpretou dois clássicos do mestre Cartola: Como é que eu posso e o Mundo é Um Moinho, já em 23/06/2009 la está ela novamente em uma outra pérola, desta feita: Lá se Vão Meus Anéis, de Eduardo Gudim e Paulo Cesar Pinheiro. Descoberta nun Shou em homenagem a Clementina de Jesus, ja com bastante idade, mas pra talento isso é asneira. O Blog de cara romântica, com cheiro de pureza e luz, e não de escuridão.
Esse é o meu amigo David que admiro.
Abraços
Aloisio

SOUSA SANTOS disse...

DAVID DA SILVA,QUERO LHE PARABENIZAR POR ESSA BELÍSSIMA MATÉRIA.
EX-VEREADORA(JÁ FALECIDA)GENY DA SILVA DE TABOÃO DA SERRA,TAMBÉM GOSTAVA DA DONA INAH.
DAVID,PARABÉNS PELO BLOG BAR E LANCHES TABOÃO...
DE SEU SOUSA SANTOS(ANTONIO CARLOS SOUSA SANTOS)
ABRAÇOS
FRATERNAL