sábado, 16 de julho de 2011

Nascidos no dia d’A Divina

Abri hoje cedo o site do Estadão e dei de cara com a nota segundo a qual Ginger Roger, dançarina e atriz dos Estados Unidos, faria cem anos hoje.
Mas, para mim, importante mesmo neste sabadão ensolarado é ser data do nascimento de uma das mais belas vozes que a raça humana já produziu. Elizete Moreira Cardoso nasceu em 16 de julho de 1920, lá pertinho do morro da Mangueira, no Rio.
Desde criança estava fadada a eternizar-se como Elizeth Cardoso, a Divina.
Filha de seresteiro, a danadinha nem tinha oito anos e já cobrava uns trocados (10 tostões) dos coleguinhas caso quisessem ouvi-la cantar. Teve de ir cedo à luta; trabalhou em peleteria, em fábrica de sabão, foi balconista e cabeleireira. Até que os deuses da Música colocaram em seu caminho Jacob do Bandolim.
Em 1968, na noite de 19 de fevereiro (por coincidência, data do aniversário de Taboão da Serra) Elizeth e Jacob do Bandolim juntaram-se com o Zimbo Trio e o Conjunto Época de Ouro no palco do Teatro João Caetano, no Rio.
Eu não estava lá naquela noite histórica. Mas sei que chovia torrencialmente, e as pessoas que chegaram ao teatro molhadas de chuva, saíram de lá encharcadas de lágrimas. Basta você saber que a maioria dos que ainda hoje ouvem a música abaixo tem arrepios de emoção, e as lágrimas brotam como gratidão por tanta beleza, tamanho profissionalismo temperado por paixão.
Elizeth Cardoso canta Barracão, de Luiz Antônio e Oldemar Magalhães
Carlinhos Leite: Violão; Dino 7 Cordas (Horondino José da Silva): Violão 7 Cordas; Elizeth Cardoso: Voz; Gilberto D'Ávila: Percussão; Jacob do Bandolim: bandolim; Jonas Pereira da Silva: Cavaquinho.

Esta postagem também é uma homenagem ao Rafael Oliveira Alves, aniversariante do dia. “Rafa” é filho do meu amigo-irmão Aloísio Nogueira Alves. O rapaz sabe “fazer o cavaquinho falar”, e é pra ele que selecionei o áudio-video acima. Eu já falei do Rafael aqui no blog, em janeiro de 2009 (quem ainda não leu, leia)

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