sábado, 5 de maio de 2012

Hoje é noite da Grande Lua

"FAVELA COM LUAR"
Pintura de Walter Handro
Lua terá 14% a mais de tamanho visual, e brilho 30% maior


Meu leal amigo Ariel P. Souza, astrônomo-amador residente no bairro Parque Pinheiros, aqui em Taboão da Serra, me manda e-mail cujo título já diz tudo: “Super Moon em maio – Cuidado com os boatos!”.
A Lua vai estar bem pertinho da Terra na noite de hoje para amanhã.
Normalmente este satélite fica lá na dele, a 384 mil km distante de nós.
Mas hoje a imensa bola prateada ficará a “apenas” 357 mil km da gente.
É o que a Astronomia chama de “perigeu”. Seu contrário é o “apogeu” quando a Lua se distancia 406 mil km do nosso planeta.
O alerta de Ariel Souza é em relação à boataria que a coincidência do perigeu com a Lua Cheia causará terremotos, tsunamis, ou outros transtornos geológicos.
“São grandes os temores sobre terremotos nessas ocasiões”, diz o astrônomo-amador taboanense. “Particularmente eu não descarto a possibilidade. Não por ser Lua Cheia, mas pela menor distancia entre Lua e Terra. Afinal a força gravitacional vai estar acentuada. Vai saber se nesta noite do perigeu alguma placa tectônica tá mal assentada e,  por conta do efeito de maré causado pela Lua, acabe por desencadear um terremoto....”, pondera Ariel.
Segundo ele, “não é uma teoria de conspiração apocalíptica, mas, sim, uma hipótese em geofísica, nada comprovada”.

O melhor horário para vermos a Lua no seu máximo esplendor será à 0h35 do domingo.
Prepare-se, pois, para fazer belas fotos no início da madrugada deste dia 6 de maio.

Os sons da Lua
Grandes músicos de todas as épocas já se derreteram inteiros de inspiração sob a luz do luar.
O colossal Chico Buarque fala em uma de suas obras-primas do amor lésbico de duas mulheres que “amaram o amor serenado / das noturnas praias / Levantavam as saias / e se enluaravam de felicidade”...
Fustigado pela visão da beleza fulgurante de Vera Fischer, Tom Jobim pediu socorro à Lua para descrever a monumental fêmea loira diante da qual se sentiu um pobre trovador cheio de estrelas, mergulhado no silêncio lento a ver boiar “no céu imensa e amarela... tão redonda a Lua... Como flutua... Vem navegando o azul do firmamento...”
Há uma composição de Beethoven erroneamente vulgarizada como “Sonata ao Luar”. Mas não foi Ludwig quem lhe deu este apelido, e não vou contrariar o alemão.
Vamos, então, ouvir uma música do polonês Chopin, que gostava de compor “noturnos”, e essa obra em minha opinião se encaixa bem no momento de reflexão que uma madrugada feita esta vai nos proporcionar.

Tristesse (étude opus 10, nº 3)
Intérprete: Dilermando Reis

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