segunda-feira, 18 de junho de 2012

Prefeitura será processada por morte em córrego

Elias Nunes Ferreira era o arrimo de sua mãe de 73 anos
Foto: TV Record (reprodução)
A morte do borracheiro Elias Nunes Ferreira, no último dia 13 de maio, vai se converter em um processo de pedido de indenização contra a Prefeitura de Taboão da Serra e a construtora Etama, que realiza a canalização do córrego onde ocorreu o acidente fatal.
A informação foi dada à repórter Karen Santiago, do Jornal na Net, pela dona de casa Idália Nunes dos Santos, de 73 anos, mãe da vítima.
Dona Idália Nunes Santos
Foto: Karen Santiago
O borracheiro morreu ao se atracar com um assaltante para evitar o roubo do som de seu veículo. Na luta ambos caíram no córrego Joaquim Cachoeira. O trabalhador bateu com a cabeça numa pedra no leito do córrego. O criminoso foi salvo do linchamento pela polícia.

O ladrão - Foto: Eduardo Toledo
Córrego assassino
Segundo moradores daquela região ribeirinha, Elias Ferreira, 30 anos, foi a quinta pessoa a morrer naquele córrego nos últimos meses. O borracheiro conversava ao celular com sua namorada por volta das 16h do Dia das Mães quando flagrou o ladrão. O meliante Elias Fortunato, 24 anos, foi encaminhado ao Cadeião de Itapecerica.
Familiares do morto garantem que a viatura do SAMU demorou quase uma hora para atender o comerciante, que morreu ao dar entrada no Hospital Geral Pirajuçara.
"Nóias" em área ao lado do local da morte do borracheiro
Foto: Thiago Neme - 14.jun.2012
O marginal Elias Fortunato, morador no outro extremo da cidade, no Jardim Kuabara, região do Pazini, é um dos muitos viciados em drogas que perambulam pelo Jardim Saporito, onde o borracheiro morava na avenida Arlindo Genário de Freitas. Próximo ao local do crime há um extenso terreno baldio usado como abrigo de consumidores de entorpecentes.

Obra lenta e revolta popular
A canalização do córrego Joaquim Cachoeira está em execução há mais de dois anos. O trecho canalizado é de um quilômetro e meio. Em 2007 o Governo Federal liberou R$ 27 milhões (R$ 27.244.791,79) para a obra.
Na tarde de 14 de maio, após o enterro de Elias Nunes Ferreira, a quem os vizinhos chamavam Lição, no caminho do cemitério para suas casas, os moradores bloquearam a via de acesso ao bairro. Houve queima de materiais sobre o asfalto, e a via só foi liberada após intervenção dos Bombeiros.
Mureta de proteção só foi levantada após o acidente fatal
Foto: Adilson Oliveira
Além da queixa contra a demora da canalização, os populares se revoltaram contra a falta de grades de proteção ao longo do canteiro de obras.
Vereadores também garantem que há lei municipal obrigando a blindagem das margens de córregos em processo de retificação.

A culpa é do morto
Em 18 de maio, cinco dias após a morte do borracheiro, uma comissão de moradores foi ouvida pelo secretário Ricardo Rezende. No dia seguinte, foi iniciada a construção de mureta de proteção ao longo do trecho canalizado.
Agindo como advogado de defesa improvisado, o engenheiro Rezende já adiantou ao repórter Adilson Oliveira qual será a linha de alegação da Prefeitura no processo de pedido de indenização. A culpa pela morte não é da falta da mureta. A culpa é do rapaz que lutou com o criminoso. “O assaltante é mais perigoso que o córrego”, sentenciou sem pudores o secretário.

Leia a reportagem completa de Karen Santiago aqui

5 comentários:

Anônimo disse...

É uma vergonha e descaso completos. A prefeitura paga uma fortuna de verba pública para essas empresas que são parceiras para fazerem obras porcarias, sem segurança e de qualquer maneira na cidade. Esse engenheiro dizer uma tolice destas que o rapaz é o culpado, deveria também ter um processo aberto no CREA. A prefeitura e os capangas do Doutor Cabaceiras é que são os verdadeiros culpados por mais esta morte.

Anônimo disse...

Aquém ele atribui as outras mortes ?

Paulo Caires disse...

Mais engenheiro Rezende por que nao colocou uma proteção durante as obras so depois da morte de Elias (Licao)
Aquem voce alega culpa das outras vidas que se-perdeu durante essa obra

Anônimo disse...

se tivesse acontecido com alguem da familia dele sera que ele ia falar a mesma coisa???

Anônimo disse...

Esse engenheiro é um fanfarrão, ainda bem que ano que vem não estará mais na cidade.