quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Se não falta médicos no Brasil, por que faltam médicos nos brasís?

Walter Jr.
Na edição de ontem do radiofônico “Voz do Brasil”, ouvi um deputado paraibano lamentando a má distribuição de médicos pelo nosso território nacional.
Não cito o nome do par(a)lamentar porque o político estava apenas se referindo a um sério e preocupante estudo desenvolvido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgado em 18 de fevereiro último.
A pesquisa revela que até outubro de 2012 havia 388.015 médicos (as) em atividade no País. Este número deve chegar aos 400 mil em 2013, segundo estimativa do professor Mário Schaffer, da USP, que coordenou o levantamento Demografia Médica no Brasil – Cenários e Indicadores de Distribuição.

Estetoscópio da riqueza
A investigação do CFM aponta que os profissionais da Medicina se concentram, têm preferência, gostam mais de trabalhar nos Estados ricos da Federação. Lá na poderosa Bras-ilha, capital da nação, existem 4,09 médicos por mil habitantes. No não menos paradisíaco Rio de Janeiro há 3,62 médicos por grupo de mil pessoas. O Estado de São Paulo registra 2,64 médicos por mil habitantes, seguido do Rio Grande do Sul (2,37), Espírito Santo (2,17) e Minas Gerais (2,04).
Entretanto, nos rincões pobres os números despencam vergonhosamente para apenas 1,23 médico para mil pessoas no Nordeste, e mísero 1,01 médico para mil brasileiros na região Norte.
Tal apego aos centros da riqueza nacional, e flagrante desprezo pelos recantos órfãos ou carentes da Medicina, denuncia que alguns profissionais da arte de curar estão trocando o Juramento de Hipócrates por um juramento de hipócritas.

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