quinta-feira, 30 de agosto de 2018

“Não vamos permitir golpe político em Taboão”, afirma Fernandes

Fernando Fernandes em entrevista coletiva - Foto: Allan dos Reis | Taboão em Foco

David da Silva

O prefeito Fernando Fernandes convidou a imprensa regional na última 5ª-feira (30) para denunciar que quatro vereadores tucanos e um do PPS estão conspirando contra o seu governo. “Querem tomar a prefeitura por meio de um golpe político. Chamaram até meu vice-prefeito para a reunião de rompimento. Estão copiando o Temer”, satirizou.
Os cinco vereadores taboanenses apontados por Fernandes como golpistas anunciaram, na noite da quarta-feira (29), que irão apoiar candidatos de Embu das Artes. Já o grupo político de Fernando Fernandes defende as reeleições da deputada federal Bruna Furlan e da deputada estadual Analice Fernandes, que cumpre o seu quarto mandato consecutivo, e é a atual vice-presidente da Assembléia Legislativa de SP. Em 2014 Analice obteve mais de 151 mil votos, e foi a mulher mais votada do Estado.

Infidelidade
Os quatro vereadores do PSDB rompidos com a administração tucana de Taboão da Serra também fizeram acordo para apoiar o candidato a governador do MDB, conforme revelação do vice-prefeito Laércio Lopes.
“É muito clara a infidelidade partidária gigantesca que eles estão cometendo”, afirma o prefeito Fernandes, que anuncia: “Tudo isto vai ser avaliado pelo partido. Não vai passar em branco. Com a possibilidade de serem expulsos do partido e perderem a cadeira [na Câmara Municipal]. Hoje em dia as decisões dos tribunais eleitorais não têm sido favoráveis aos que cometem este tipo de crime”.

Campo minado
Fernando Fernandes antevê que os cinco vereadores rebelados tentarão inviabilizar seu governo. “Farão tentativas de CPI e acusações. É o desenho político que nós vamos assistir na Câmara Municipal”.
O prefeito denunciou que os dissidentes têm se reunido com frequencia com o ex-vereador Aprígio, candidato à prefeitura derrotado por Fernandes nas eleições de 2012 e 2016.
Recentemente o prefeito Ney Santos, de Embu das Artes, ameaçou que vai interferir na política de Taboão da Serra, tanto na presidência da Câmara Municipal quanto na eleição de prefeito em 2020. O alcaide embuense é aliado dos cinco vereadores taboanenses que abandonaram a base governista.
Fernandes rebate as pretensões dos amotinados. “Vamos enfrentar a situação. Não vamos permitir e não vamos ser vítimas de um golpe político na nossa cidade. Principalmente um golpe político arquitetado por Ney Santos. Que deveria estar cuidando da cidade dele. Que está um caos”.
Fernandes relata que a rede de Saúde de Taboão da Serra atende um grande número de moradores de Embu das Artes. “Tenho dados estatísticos que provam isto. Somente no pronto-socorro infantil são cerca de 50% de pacientes de lá”, enumera.
Quanto à sustentabilidade da aliança dos cinco vereadores taboanenses com o prefeito embuense, Fernandes minimiza: “Até quando vão durar os cinco votos deles? Tudo que se alicerça numa base ruim, não se sustenta. Esse solo [Ney Santos] é contaminado”.

Sucessão
Ao término do seu quarto mandato na prefeitura, Fernandes afirma: “Posso garantir o seguinte. A sucessão será liderada por mim. Nosso governo vai fazer o sucessor. O legado deixado ao longo de todos esses anos não será transgredido através da imoralidade e da corrupção. Aventureiro nenhum vai tomar conta da nossa cidade”.

Momento de dor

O prefeito esclareceu à opinião pública o seu desentendimento semanas atrás com o vereador Bodinho: “Estavam os cinco vereadores dissidentes aqui no meu gabinete. No exato momento daquela reunião, meu neto de apenas seis meses de idade tinha acabado de passar por uma cirurgia no coração. Teve uma complicação, uma osteomielite, extravasou um abscesso muito grande, meu filho me ligou chorando, dizendo que a criança estava morrendo. Mandou uma foto do bebê para mim. Neste momento o Bodinho começou a gritar, dizendo que podia mandar todo mundo embora, falou um palavrão. Eu realmente perdi a cabeça, fui pra cima dele e pedi para ele sair da minha sala. Porque ele não teve respeito nenhum pela minha dor”.

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