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Escola atende ao bairro Jd Saint Moritz |
A Escola Municipal Anísio Dias dos Reis fez 23 anos no último dia 31 de janeiro. A recente onda de chuvas fortes piorou os problemas do prédio. Com metade das suas salas interditadas, os alunos estão tendo aulas em horários alternados e em espaços alternativos. Parte dos professores fica no pátio, para superar o fedor de dentro da escola.
A
denúncia das condições dessa unidade de ensino chegou ao blog na 6ª-feira (7). “Estão
pressionando pra ter aula, mas não tem condições com o cheiro horrível de fezes
de pombos, ratos e mofo”, disse o primeiro alerta.
Das
12 salas de aula, seis estão interditadas.
Na
manhã daquela 6ª-feira, uma equipe da Secretaria de Manutenção trocou telhas
quebradas.
Na
2ª-feira (10), o atendimento às crianças foi improvisado. Alunos de seis salas
foram atendidos. Os das outras seis salas ficaram para ter aula hoje, 3ª (11).
O
cheiro é o que mais incomoda a comunidade escolar. Pela manhã, professores
permaneceram no pátio, para evitar o ambiente tóxico.
No
período da tarde, duas turmas de alunos ficaram no espaço aberto, e outra turma
no laboratório de informática.
Algumas
crianças passaram mal.
Sem condições
Adga
de Paula Silva questiona: “Como se reforma uma escola com crianças dentro? Não
tem condições de ter aulas, crianças correndo risco de saúde”.
Para
Nataly dos Santos Aparecido, o ambiente insalubre da escola jogou a população
num dilema. “Agora os pais e mães de alunos têm que escolher entre levar seus
filhos com eles [operários da manutenção] arrumando lá, correndo risco de ter alguma
alergia, já que crianças com problemas respiratórios não podem e nem devem ter
contato com produtos químicos, ou ficar em casa”.
O
blog bar&lanches taboão questionou
a gestão Daniel sobre a situação dessa escola. Não houve resposta.
Juliana
Silva se incomoda com a falta de diálogo da administração. “Não tem condições
das nossas crianças irem pra escola nesse estado. Ficam perdendo dias letivos.
Temos que ter algum retorno de como vai ficar a situação dessa escola, ou então
migrar as crianças para outras escolas”.
Para
complicar ainda mais, as auxiliares de classe terceirizadas, que atendem alunos
com necessidades especiais na Escola Anísio, não foram trabalhar na manhã de
hoje, em protesto pela falta do pagamento de janeiro e a não entrega dos vales
transporte. A Prefeitura de Taboão não faz o repasse de verba para a empresa
contratada há cerca de dois meses e meio.
Recorrente
A
falta de manutenção das escolas da rede pública municipal foi uma pauta
constante do blog nos últimos anos.
Em
março/2021, denunciamos a suspensão da construção de um novo prédio para a EMEF
Aracy de Abreu Pestana. Em abril/2022, publicamos que o muro da EMI Cebolinha
estava com rachaduras enormes há nove meses, e ameaçava cair. Em maio/2023, revelamos os graves problemas estruturais da EMEF Ana Mafalda, com salas
interditadas e alunos enviados a outras escolas. Naquele mesmo mês, alertamos
que a EMI Papa Capim estava com grandes rachaduras, salas interditadas, e
aranhas circulando pelas salas de aula. Em setembro/2023, divulgamos a
infestação de pulgas na EMEF Machado de Assis. Também em setembro/2023, cobrimos
o protesto de pais de alunos da EMEF Dalva Barbosa, cuja quadra esportiva
estava interditada há três anos.
Nome novo, velhos
problemas
A
escola do bairro Jd Saint Moritz foi criada em 31.jan.2002 com o nome de EMEF
Dr. Anísio Dias dos Reis. Em novembro do ano passado, a gestão Aprígio mudou a
denominação para EMEB (Escola Municipal de Educação Básica).
A
escola atende cerca de 820 crianças – em 2023, eram 817 (não temos os dados do
Censo Escolar 2024).
Segundo
a folha de pagamento da prefeitura, ali trabalham 51 pessoas – 35 professores
PEB I, 7 professores PEB II, 5 assistentes de desenvolvimento escolar, 2
professores adjuntos, 1 inspetor de alunos, 1 ajudante geral.
Na
semana de 20 de janeiro, a assessoria de imprensa da prefeitura distribuiu
comunicado sobre o giro do secretário da Educação Luciano Correa pelas escolas
municipais. A EMEB Anísio não estava entre as prioridades. A ronda do
secretário iniciou pelas EMEBs Paulo Freire, Therezinha Volpato, Dalva Barbosa,
Cecília Meirelles e as EMIs Aninha e Mingau.
No
informe oficial, Correa disse que “algumas escolas precisarão de abertura de
licitação para serem recuperadas”.
Um comentário:
Parabéns pela reportagem e por dar ouvidos à poucas mães que se manifestam, estamos no aguardo do retorno às aulas
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