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Político propôs que funcionários insatisfeitos peçam demissão da prefeitura |
Funcionários
da Prefeitura de Taboão da Serra contratados por meio de concurso público, e o
próprio sindicato da categoria, foram às redes sociais na última semana
repudiar as propostas do vereador Wanderley Bressan (PDT) para diminuir o gasto
com a folha de pagamento.
“Algumas cidades colocam em prática o programa
de demissão voluntária (PDV). Dessa forma, você diminui o número de servidores,
e tem um orçamento sobrando pra que possa valorizar o servidor que vai ficar
[na prefeitura]”, defendeu Bressan na audiência pública da Comissão de
Finanças, em 25 de fevereiro.
“Assistimos
isso em 2005, foi um verdadeiro tiro no pé”, lembra a professora Sandra de Souza,
com 25 anos na Prefeitura de Taboão. Em 2005 ela era presidente do sindicato do
funcionalismo. “Os profissionais mais qualificados foram embora. Os que ficaram
tiveram de suportar por anos a fio a falta no quadro de funcionários”, relata.
Para ela, “defender o PDV é a maior covardia. Oferecer demissão voluntária aos
que estão com a corda no pescoço, é dar a eles a condição de morte no mercado
de trabalho”.
Na
audiência de Finanças, Bressan falou em plano de carreira. Os professores
concursados da prefeitura local têm uma amarga lembrança. “Em 2010, no projeto
do governo com plano de carreira, foi tirado do magistério municipal o quinquênio
e a sexta parte. Tivemos de entrar na Justiça. Foram 12 anos de espera, até que
nosso direito fosse novamente devolvido”, conta a professora.
O
Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais (SindTaboão) foi contundente ao
refutar a citação feita pelo vereador que “essa Câmara aqui garantiu ao lado do
governo [Aprígio] que todos os anos fosse dado um reajuste mesmo que pontual”.
O SindTaboão afirma que “o projeto de ‘aumento pontual’ não tinha qualquer
compromisso e era meramente eleitoreiro, tanto que sequer foi implementado”.
Indignação
A
assistente social Daniela Nunes Domingos, funcionária da prefeitura há 9 anos,
foi a primeira a se manifestar no Facebook. “É inadmissível que se argumente
pela demissão de servidores efetivos, enquanto Vossa Excelência e seus pares mantêm
uma estrutura inchada de cargos comissionados de livre-nomeação”, protestou.
Bressan fez parte de um governo condenado pela criação abusiva de cargos para indicados políticos. O Ministério Público apurou que a gestão Aprígio, na qual Bressan foi secretário de Desenvolvimento Econômico, colocou 661 cabos eleitorais em funções destinadas a funcionários concursados.
Levantamento do blog bar&lanches taboão publicado no ano passado apontou que, de janeiro/2023 a junho/2024, os livre-nomeados em oito cargos inconstitucionais custaram aos cofres da prefeitura mais de 40 milhões de reais (R$ 40.362.992,97).
Nos 22 meses de inconstitucionalidade explícita, os livre-nomeados ilegais levaram da folha de pagamento mais de R$ 50 milhões.
Vídeo apagado
No
dia seguinte à audiência pública, o vereador postou vídeo onde voltou a falar da demissão dos servidores municipais concursados. Momentos depois,
apagou o vídeo.
Na
última 5ª-feira (27), foi visitado por uma comissão do sindicato. “Aproveito
para pedir desculpas aos que se sentiram ofendidos com a minha fala”, disse num
post sobre a reunião.
Para o presidente do SindTaboão, o pedido de desculpas deve ser mais concreto. “Assim como ele ofendeu o funcionalismo usando o microfone da audiência pública, que peça desculpas na tribuna da Câmara”, diz Anderson Luís Pereira.
NOTAS DE REPÚDIO
“Como servidora pública e assistente social deste município, venho expressar minha profunda indignação diante das declarações de Vossa Excelência, que não apenas menosprezam o serviço prestado pelos servidores de carreira, mas sugerem a demissão compulsória desses profissionais.
Diariamente, nós, servidores públicos, viabilizamos a garantia de direitos para a população, mas, ironicamente, os nossos próprios direitos são violados de forma descarada. Sentimos na pele a mesma impotência que aqueles que nos procuram em busca de auxílio e dignidade. Como exigir excelência no atendimento quando estamos submetidos a condições indignas?
Não bastasse a precarização histórica a que somos submetidos, seguimos acumulando prejuízos. Recebemos salários defasados, não temos direito a vale-transporte e contamos com um vale-alimentação cujo valor sequer cobre o custo de uma cesta básica. Como é possível garantir um serviço público de qualidade quando nós, servidores, pagamos para trabalhar? Como prover nossas próprias necessidades básicas e de nossas famílias se, além de tudo, ainda precisamos arcar com anuidades obrigatórias para o exercício profissional, como as taxas do CRESS e CRP, que ultrapassam R$ 600,00 ao ano?
A falta de valorização tem levado muitos profissionais altamente qualificados a pedirem exoneração para atuarem em municípios que sabem reconhecer e investir em seus servidores. Hoje, mais uma excelente profissional se despediu do meu equipamento, reforçando um cenário alarmante: Taboão da Serra está perdendo seus melhores quadros por falta de condições dignas de trabalho.
É inadmissível que se argumente pela demissão de servidores efetivos enquanto Vossa Excelência e seus pares aprovam aumentos salariais para si próprios e mantêm uma estrutura inchada de cargos comissionados de livre nomeação. A estabilidade do servidor público não é privilégio, mas uma garantia de continuidade e qualidade dos serviços prestados à população. Somos nós que sustentamos o funcionamento das políticas públicas essenciais, como assistência social, saúde e educação, sem os quais a cidade simplesmente não funciona.
Amor pela profissão não paga contas. Não sustenta famílias. Não nos dá dignidade. Trabalhamos por compromisso e vocação, mas também temos direito a condições justas. Se há preocupação genuína com os gastos públicos, que a redução de despesas comece pelos privilégios políticos e não pela penalização de quem mantém a cidade funcionando.
Exijo respeito e valorização aos servidores públicos de Taboão da Serra. Não aceitaremos continuar pagando para trabalhar”.
Daniela Nunes Domingos, assistente social, funcionária da Prefeitura de Taboão desde 28/03/2017
“O lugar onde os funcionários do CREAS trabalham é insalubre, chove mais dentro do que fora, o calor lá é insuportável, as telhas são de zinco, não tem forro, quando chove não se consegue falar e nem atender telefone, chove mais dentro do que fora. Não tem saída de incêndio, aliás não tem nem extintores. Não tem acessibilidade às pessoas cadeirantes ou idosos. Falta água para beber. Três dias a Secretaria de Assistência Social respondendo que não tem água no equipamento.
Aí vem o vereador dizendo que a folha de pagamento é extensa? É só mandar os livre-nomeados estudar e prestar concurso, mas enquanto eles não prestarem concurso, manda embora.
Absurdo livre-nomeados ganhar mais que o funcionário que estudou e passou no concurso.
Aí vem um vereador querendo diminuir a folha de pagamento.
Vereador Wanderley Bressan acha a folha de pagamento da prefeitura muito extensa. É só ele demitir seus livre-nomeados”.
Norma Pedro Bom, orientadora social, funcionária da Prefeitura de Taboão de 01/08/2016 a 24/02/2025
“Então a solução encontrada pelo vereador é um programa de exoneração? Será que o correto não seria dar valor ao servidor público? O salário dos funcionários da prefeitura são os menores e mais defasados de toda regional.
Há locais de trabalho insalubres, servidores estão "cozinhando" neste calor porque não tem ventilador, goteiras e fissuras que alagam o equipamento quando chove. Salas sem privacidade de atendimento, cadeiras disfuncionais , falta de água , falta de internet.
Nós servidores é que seguramos esta cidade. Lembra a pandemia? Quem trabalhou?
Quando um cidadão chega no CRAS para pegar uma cesta básica, e sai insatisfeito sem a cesta, a culpa é do atendimento do técnico ou é porque não tem cesta?
Quando um cidadão espera por horas no hospital a culpa é do atendente, ou é porque não tem médico?
Será que esta despesa de 51 % é gasta só com o servidor concursado? E a fatia dos LNs e altos cargos?”
Cristina Ciampone, psicóloga, funcionária da Prefeitura de Taboão desde 07/12/2016
29 comentários:
Parabéns com louvor pela matéria do Bar & Lanches Taboão ( Que agora é o Jornal que fala o que os outros não falam ! ) relatou a verdade nua e crua e pelo visto a única Vereadora que está ao lado do funcionalismo é a Najara Costa o resto em todos esses anos, sem reajuste da inflação pelo menos, quer mesmo é que o funcionário concursado se dane, onde já se viu 14 anos sem reajuste da inflação e apenas dando aumento aos funcionários nomeados, se isso não é injustiça não sei mais o que é justiça então.
A solução vereador não é um programa de demissão voluntária para diminuir o número de servidores concursados e folha de pagamento.
Essa solução proposta por você que nada produz , é uma narrativa sem qualquer apoio técnico ou científico, sob uma falsa premissa de descontentamento dos munícipes.
O que vai reduzir a folha de pagamento (graças a gestão anterior ineficiente e irresponsável) é não aprovar aumento de mais de 70% para vocês mesmos e não aprovar leis como a que você acabou de aprovar (lei 410/2025) criando 500 cargos livres nomeados, com gastos mensais de perto de 2 milhões de reais e anual em 24 milhões.
Onde já se viu gastar quase 2 milhões por mês com livres nomeados (editais 1246, 1247, 1250 e 1252) e tentar colocar essa conta nas costas dos servidores concursados?
Servidores da prefeitura não tem nem metade dos benefícios dos servidores da Câmara e praticamente estão passando fome e sequer tem vale refeição, plano de saúde ou reajuste.
Parabéns ao jornal. Nota de repúdio é pouco. Deve ser responsabilizado esse vereador por esse desservico para Taboão.
Enquanto a prefeitura está perdendo seus melhores quadros por falta de condições dignas de trabalho e adequação remuneração, com diz na matéria, os (vereadores e prefeito) colocam 500 livres nomeados na prefeitura. Lei 410/2025. 10 assessor executivo (cargo inconstitucional) ganhando cada um $17.500 por mês, 92 diretor de departamento (cargo inconstitucional) ganhando cada um $7500 por mês, 300 assessores (cargo inconstitucional) ganhando cada um $3500 e mais de uma centena de chefes de divisão (cargo muito inconstitucional), em um lugar que se cria, chefe, do chefe do chefe e diretor, do diretor, do diretor.
Covardes.
Conheço bem esta situação e devo dizer que parte dessa situação de insensibilidade com o funcionalismo e culpa da gente mesmo. Deveríamos estar mais unidos, lutando pelos nossos direitos e não permitindo que estas situações não sejam nem mesmo cogitadas. O funcionalismo publico efetivo merece mais respeito e valorização.
Wanderley Bressan é o vereador que mais cargo tem.
Esse vereador é o que mais cargo de livre nomeados tem.
Será que esse vereador e o atual prefeito não pensaram em buscar responsabilizar o prefeito anterior (Aprigio) que gastou quase 5 milhões por mês, perto de 60 milhões por ano e perto 240 milhões nos quatro anos de mandato mantendo um monte de livres nomeados?
Será que ainda não pensaram em responsabilizar o Aprigio e os seus cabides que descumpriram ordem judicial no tribunal de justiça mantendo centenas de "ajudantes de políticos - vulgos livres nomeados"?
Será que esse "gênio pensante" não pensou nos gastos do município ao aprovar a lei 410/2025 criando quase 500 cargos livres nomeados de novo?
Não, não pensou. Não são pagos pelo povo para pensar pelo povo, mas são pagos pelo povo para não fazer nada de útil, para criar leis que beneficiam seus próprios interesses e falar essas asneiras descasadas de qualquer fundamento empírico e econômico.
Sem contar que os funcionários dele e de outros vereadores a única coisa que eles sabem fazer é bater o ponto as 8h .e 17h., agora eu pergunto aonde esse funcionários trabalham ou só estão ganhando somente pra bater o ponto.uma vergonha essa situação que continua ao longo dos anos.
Pois é um funcionário administrativo concursado ganha 1/3 de um livre nomeado no mesmo cargo.E ainda sofre represaria quando quer trabalhar direito sem "esconder vaga" da fila de exames por exemplo.
Nada atinge a folha .mas quando fala do funcionário concursado aí a caneta acaba a tinta !!
VERDADE NUA E CRUA.
TRISTE MAS É A PURA VERDADE.
Esse cururu se elegeu fazendo promessas mentirosas em cima das paps é acusado de comprar votos
Detesto políticos do fundo da minha alma, mas, PDV é opcional, se a prefeitura fizer uma boa oferta em dinheiro compensa muito. O que não pode é oferecer mixaria para revoltar ainda mais o funcionário público, que possui salário ridículo.
Essa técnica de retórica e comunicação para convencer o público ou até mesmo manipular a percepção popular sobre determinados assuntos já é bem batida e não cola viu Vereador?!.
Todo mundo sabe a situação da prefeitura e que o problema não são os servidores concursados.
Não adianta fazer uso linguagem emocional para comover e criar conexão com o seu público, que aliás é o público que você emprega na prefeitura e SOBRECARREGA a folha de pagamento, diga-se atualmente 500 livres nomeados.
Também não adianta explorar medos e esperanças falando sobre problemas que já eram sabidos para criar soluções milagrosas e que busca afetar quem não deu causa e já está sofrendo sem reajustes.
Fazer promessas genéricas como esse PDV também não cola e ainda dificulta a cobrança futura, que aliás para a sua sorte não tem.
Agora a técnica mais canalhas de retórica e comunicação que você usou foi a criação de inimigo comum ao colocar como culpados para os problemas da prefeitura os gastos com folha de pagamento com os servidores concursados, nesse ponto, buscando desviar a atenção para os 500 livres nomeados que você aprovou e outras questões mais complexas.
Outra técnica aqui usada pelo vereados é a simplificação de problemas complexos, tentando apresentar soluções simples para problemas complicados, mesmo que essas soluções sejam inviáveis e que afetem os servidores efetivos.
A técnica da distração também não funcionou ao buscar inventar problemas polêmicos ou secundários para desviar a atenção de questões mais importantes e de sua própria atuação, como a criação de 500 cargos livres nomeados que estão onerando a folha de pagamento em mais de 2 milhões por mês.
É caro leitor, técnicas como estas, usadas pelo vereador são empregadas frequentemente para manipular ou enganar a população, especialmente em contextos onde há pouca transparência ou fiscalização, mas não cola, pois o leitor desse jornal está atento e engajado.
Essa conversa fiada de sobrar dinheiro público para investir no funcionalismo é ridícula. Vão investir em livre nomeados e rachadinhas.
O que me chamou a atenção é que o novo prefeito continua com as velhas e conhecidas práticas políticas nefastas na cidade. Vide livres nomeados, gratificação e horas extras de mentirinha, turbinando salários, principalmente na área da saúde, contratos milionários com empresas sinistras. A mudança de verdade, não aconteceu na prática.
COVARDES, EGOISTAS, DESRESPEITOSOS E SEM ESCRUPULOS.
Comprou mesmo, todo mundo sabe de vários casos da compra de votos, várias testemunhas viram e ouviram por ai afora, mas todos tem medo de denunciar.
Vamos ao exemplo que se porventura pagarem a um funcionário que tem 25 anos de casa sendo um salário para cada ano trabalhado, o infeliz que ganha R$ 1.385,09, receberia R$ 34.627,25, como ele faz para sobreviver com essa indenização ? Não daria nem para comprar um carro para trabalhar de Uber ? Que situação, sem falar que se a Prefeitura realmente esta no vermelho, pois se estivesse de fato não teria aumentado o salário do alto escalão então esta seria ainda capaz de não ter o recurso para indenizar quem quiser sair e querer ainda pagar parcelado ai o infeliz vai literalmente virar mendigo né.
CORRETÍSSIMO.
Cadê as autoridades para ver isso? Ministério Público, tribunal de contas e judiciário? Já voltaram do Carnaval?
Exatamente. Conversa pra boi dormir. Canalhas. Gastam dinheiro com livres nomeados e falam que quando pagarem as contas e sobrar vão pensar no funcionalismo. Se acham os espertos, donos da razão, mas todo mundo está de olho.
Vereador e agentes políticos caras de paus. Empregando na prefeitura 500 livres nomeados com o dinheiro público e falam que não tem dinheiro, que estão no vermelho e ainda vem com esse discurso falacioso de que a culpa é do funcionário público concursado. Bando de encosto. Câncer do país. Nem vergonha essa gente nojenta tem, pois perderam junto com o caráter, o respeito e a honra.
E tem mais. É o trem da alegria. Cada secretaria tem: secretário, secretário adjunto, diretores, vices diretores, chefes de gabinetes, chefe de divisão, assessores, mais assessores, mais assessores, um monte de chefe do chefe, do chefe arrebentando com a folha de pagamento. É chefe de tudo, mas não produzem nada.
Porque vocês acham que os vereadores não gostam de concursados, porque eles não pagam rachadinhas, por isso são esculachados.
Nenhum comentário adicional é exatamente isso.
É o trem da alegria das contratações que deveriam ser TEMPORÁRIAS e EXCEPCIONAIS e não injustificadas e recorrentes como acontece em Taboão para atender os amigos e familiares dos políticos e agentes políticos. Isso sem falar no nepotismo cruzado e colocacoes cruzadas com outros municípios, como Embu.
Mesmo diante de 02 ações já condenando o município, eles contratam mais 500 livres nomeados
De forma didática,, se fosse uma situação excepcional, deveria tratar-se de hipótese de exceção; e, se o princípio da eficiência fosse levado efetivamente a sério, deveria a administração pública planejar e antecipar-se às suas necessidades (o que nunca fez), otimizando seu quadro de pessoal e EVITANDO que as contratações temporárias e em regime de excepcionalidade não se tornassem de certa maneira recorrentes.
E, se é excepcional, que tenha período de contratação fixado com razoabilidade, atendendo ao nexo lógico e jurídico que se estabelece entre a necessidade havida e a sua duração necessária e imprescindível.
NADA DE TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS A COLOCAÇÃO DESSE PESSOAL NA PREFEITURA .
Vamos agir ministério público.
Demorou para o Ministério Público agir.
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