Um grave desentendimento entre um vereador de Taboão da Serra e uma funcionária da
Escola Municipal de Artes, na manhã do último dia 14, deu origem a dois
boletins de ocorrência. Ela relata ter sido agredida pelo político, e abriu
B.O. por injúria. Em outro boletim de ocorrência, ele diz que a servidora municipal “divulgou acusações
falsas e caluniosas contra minha pessoa”.
A
mulher tem 27 anos de idade, e é funcionária da Prefeitura de Taboão desde
maio/2018 no cargo de instrutora de atividade cultural e educativa. O companheiro
dela pede para a sua identidade não ser publicada: “Estamos evitando divulgar a
fim de preservá-la, pois ela está afastada para tratamento médico depois do
ocorrido”. O vereador Wanderley Bressan, 37 anos, era secretário da Cultura
quando a funcionária foi aprovada em concurso público.
Quem
primeiro levou o caso à polícia foi a instrutora. Ela foi pessoalmente à
Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) na tarde da 5ª-feira passada (16). O
vereador fez boletim de ocorrência eletrônico na noite desta 3ª-feira (21).
A
funcionária contou na DDM que no dia 14 deste mês estava na escola exercendo
sua função, “ocasião em que Wanderley apareceu para entregar doces às crianças”.
O encontro se deu em um corredor de acesso às salas de aula. “Repentinamente,
sem que a declarante tivesse dirigido a palavra a ele, o vereador começou a lhe
dirigir ofensas, diminuindo-a como profissional, e lhe disse repetidas vezes: ‘você
é só uma professora’”, diz o histórico do B.O.
A
funcionária acrescenta que, no final do ano passado, Bressan lhe proferiu
ofensas relativas ao seu trabalho, porém ela não chegou a registrar queixa. No episódio
da escola, a instrutora diz que o vereador a tocou na região do colo, no
sentido de empurrá-la com as mãos, quando a assessora dele, conhecida por Tatá,
interveio e conseguiu afastá-lo. Para a polícia, a funcionária apontou como
testemunhas do fato uma colega de trabalho e a assessora Tatá.
Ao
blog bar&lanches taboão, o vereador disse que tradicionalmente visita a
Escola Municipal de Artes na semana do Dia das Crianças para tirar fotos com os
alunos. No momento em que foi à sala de trabalho da instrutora, “a professora
Carol retirou todos os seus alunos e os levou para o banheiro, para impedir que
eu me encontrasse com eles”.
Bressan
alega que durante seu tempo como secretário da Cultura ele e a instrutora não
tiveram problemas. “Após minha saída da secretaria, o então diretor da escola,
que havia sido indicado por mim, decide declarar apoio político ao então
secretário Binho da Saúde, e começou a me tratar como adversário político.
Infelizmente ela seguiu o mesmo caminho”, diz ele. “Neste caso [do dia 14],
estão transformando divergência política em ataque pessoal”.
O
parlamentar mandou ofício ao secretário de Governo Paulo Silas onde solicita “apuração
rigorosa dos fatos relacionados à denúncia veiculada por meio de panfleto
apócrifo, divulgado entre servidores municipais e publicado sob o título ‘Vereador
mais votado ataca professora’”.
O Sindicato dos Professores das Escolas Públicas
Municipais (Siproem) emitiu nota onde diz que “tomará todas as medidas cabíveis
contra esse vereador, que não deveria estar presente na escola, e irá apurar a
responsabilidade dos gestores da escola que permitiram a entrada deste
indivíduo e nada fizeram para proteger a professora”.
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| B.O. do vereador contra a funcionária |



Um comentário:
Coisa feia, nenhum tipo de agressão justifica.
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