segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Remoção de entulho vai custar R$ 31 milhões; prefeitura erra, e licitação é adiada

Montanha de lixo na usina da prefeitura
Fotos: David da Silva - 13/06/2025 e 30/11/2025
David da Silva

A gestão Daniel Bogalho cometeu um erro na publicação do modo de julgamento das empresas que disputam a concorrência do serviço de destinação final dos resíduos inertes coletados em Taboão da Serra. Por isso, a licitação que deveria ser encerrada em 14 de novembro está suspensa. A montanha de sucatas, entulhos e móveis velhos empilhados na usina da prefeitura ultrapassa os 7 m de altura. A administração não informa a data da remoção. Se limita ao advérbio: “será  comunicada oportunamente”.

O edital nº 43/2025 foi assinado em 22 de setembro, 70 dias após a publicação do blog bar&lanches taboão sobre a ‘muralha de lixo’ erguida no pátio municipal.

Em 22.maio.2025, o blog já havia perguntado à gestão Daniel o motivo de o acúmulo de materiais ter chegado àquela dimensão. Não houve resposta.

O edital do pregão eletrônico assinado em 20.set.2025 só foi publicado em 20 de outubro. A escolha da empresa vencedora ficou marcada para 10.nov.2025.

Não aconteceu.

No dia seguinte, o pregoeiro titular Ronaldo Ballestero publicou um despacho onde escreveu: “Tendo-se em vista que não houve necessidade de nenhuma alteração no edital de licitação bem como seus anexos, designo a abertura da sessão do pregão eletrônico para o dia 14.nov.2025, às 10h”.

Também não foi realizada.

Idas e vindas

Em 24.nov.2025, a Imprensa Oficial do Município publicou um novo despacho do pregoeiro comunicando que, “após a conclusão da fase de lances”, ele verificou que “houve equívoco no lançamento da estrutura do certame na plataforma eletrônica”.

Foi divulgado que a licitação seria julgada em dois lotes. Ocorre que tanto o edital como o termo de referência citam explicitamente a contratação pelo menor preço global.

Essa publicação errada provocou a suspensão do pregão eletrônico “para que seja promovida a correção da forma de julgamento”.

Apesar de o prazo de recebimento dos documentos de habilitação ter-se esgotado em 7 de novembro, até o dia 24 daquele mês a etapa de habilitação ainda não estava concluída.

Transparência

No edital, a Prefeitura de Taboão prevê 50 mil toneladas/ano de rejeitos e resíduos volumosos como entulho, restos de materiais de construção, móveis velhos, etc.

O valor total estimado da contratação é de R$ 31.142.833,33, sendo R$ 13.991.333,33 para o transporte da carga, e R$ 17.151.500,00 para o depósito final em aterro sanitário.

O Estudo Técnico Preliminar do edital não está divulgado. Pelo Acórdão 2273/2024, o Tribunal de Contas da União deixa a critério das prefeituras a publicação desse estudo.

Mesmo não sendo obrigatória, essa publicação é recomendada para aumentar a transparência e a competitividade da licitação.

Com a falta de acesso ao Estudo Técnico Preliminar, não sabemos como a Prefeitura de Taboão chegou à quantia das 50 mil toneladas anuais, pois faltam as memórias de cálculo, e documentos com a série histórica do recolhimento de resíduos inertes nos últimos anos.

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