quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Novo chafariz em praça histórica de Taboão tem a licitação anulada

O novo chafariz e a fonte demolida
David da Silva

Nesta 4ª-feira (3), foi publicada a anulação da concorrência para a instalação de uma fonte interativa na Praça Nicola Vivilechio, região central de Taboão da Serra. O “piso molhado” vai substituir a fonte luminosa que havia no local desde 1972, e foi demolida pelo prefeito atual.

O cancelamento da licitação já estava assinado desde 27 de novembro, mas só veio a público pela Imprensa Oficial do Município no final da tarde de ontem. O edital foi anulado porque os donos de duas empresas concorrentes são parentes.

Interesse familiar

A Acqua Chafarizes e Fontes Luminosas Ltda está em nome de Sérgio Petro Salama Junior, e a PF Fontes Luminosas, em nome de Patrícia Helena Rodrigues Salama.

O blog bar&lanches taboão apurou que, durante dez anos, Sérgio e Patrícia foram donos da Petro Engenharia Ltda, que funcionava no mesmo endereço atual da PF Fontes Luminosas.

Além de serem da mesma família, as “concorrentes” PF Fontes Luminosas e Acqua Chafarizes e Fontes participaram da pesquisa de preços realizada pela gestão Daniel Bogalho para estipular o valor do “chão molhado”, estimado em R$ 336 mil reais.
Negócios de família

Cinco meses depois

A concorrência eletrônica 008/2025 só foi assinada em 13.out.2025, cinco meses depois de o prefeito Daniel Bogalho anunciar, em 8 de maio, a troca da fonte luminosa pelo “chão molhado”.

Em 29 de agosto, quando o novo chafariz ainda não estava licitado, em entrevista coletiva no seu gabinete o prefeito disse: “A minha ideia é terminar [a obra] até o começo de novembro”.

Mesmo sem o equipamento aquático instalado, a Prefeitura de Taboão distribuiu hoje informe à imprensa dizendo: “Com a reforma concluída, a praça reinaugura em grande estilo nesta 6ª-feira”.

Daniel derrubou a fonte luminosa porque, na sua opinião, “o custo de manutenção para a prefeitura é inviável”. Ele ainda alegou que “nos últimos dez anos, se a fonte funcionava um mês no ano, era muito, ficava 90% do ano desligada”.

O novo “chão molhado”, porém, não ficará o tempo todo ativo. Segundo a prefeitura, “ele será acionado nos dias de calor mais intenso”.

Um comentário:

Anônimo disse...

A ideia do chão molhado é maravilhosa, vai divertir e refrescar muita gente, principalmente nestas épocas de calor intenso, mas, penso que um gestor deve sempre, acrescentar patrimônio para o munícipe e ao município, deveria manter as duas, até porque era o cartão postal amado de Taboão da Serra, sem falar que era um memorial histórico que marcou a chegada da água potável encanada em Taboão da Serra, (infelizmente pouca gente sabe disso, deveria ter sido melhor divulgado isso), lamentável para dizer o mínimo sobre a sua destruição, pois foi construída com toda certeza ainda mais naquela época (1972) com muito dinheiro e suor público de impostos de nossos ancestrais que foi com grande pesar jogado fora, descartado como lixo imprestável, na realidade deveria ter sido tombada, isso sim e a Pça. Nicola Vivilechio é enorme, poderia tranquilamente ter a convivência das duas e ainda teria espaço para o playground e demais eventos, me admiro muito que nenhum vereador se opôs a destruição desta tão amada fonte que com toda certeza tem muitas memórias afetivas de nossos cidadãos.