sábado, 26 de novembro de 2011

Lampião: Machão ou flor do sertão?

Justiça do Sergipe proíbe livro sobre suposta homossexualidade de Lampião, o Rei do Cangaço

Que Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, tinha intimidade com as agulhas de costura, já sabíamos. Ele próprio fazia suas vestimentas de couro e calçados. Que gostava de botar perfume frances no lenço de seda enrolado no pescoço, é o que dizem.
Mas... que o mais sanguinário e terrível cangaceiro dos sertões do Nordeste era homossexual, só fiquei sabendo agora.
Bem... não seria propriamente um boiola, xibungo, baitola queima-rosca. Ele seria... digamos, um cabra de “múltipla escolha”, bissexual, gilete, como se diz.
A corajosa afirmação vem do juiz aposentado Pedro de Morais, em seu livro Lampião, o Mata Sete. Já tava tudo prontinho para a noite de autógrafos na próxima 5ª-feira 1º de dezembro na sede da OAB de Sergipe. A família de Virgulino Lampião se arretou. Abriu processo na Justiça. O magistrado Aldo Albuquerque, da 7ª Vara Cível de Aracaju falou “Pode não!”, e o lançamento do livro está encalacrado.
Na capital sergipana vivem Expedita, filha de Lampião, e seus netos. O advogado da família diz que os herdeiros do cangaceiro não embirram se chamam o patriarca de “bandido, pistoleiro, violento, assassino”. Mas vá chamar o cara de bicha pra ver...

Maria Feia
Virgulino Ferreira, o Lampião
Bonita, coisa nenhuma. O livro do juiz Pedro de Morais também reafirma uma tese de todos conhecida. A tal Maria Déia, mulher de Lampião, tinha nada de beleza – era feia. E pirracenta.
Tem mais.
Essa história que Maria Bonita largou seu marido sapateiro pra viver com Lampião é lorota. O juiz Morais escreve que a mulher fugiu foi com o cangaceiro Luiz Pedro. E esse tal Luiz é quem fungava no cangote de Virgulino, e convenceu o amante a aceitar uma fêmea no bando. E passaram a dizer que Maria Déia, a Bonita, era mulher do chefe só pros cabras parar de murmurar sobre as viadagens dele.
O cineasta Zoroastro Sant'Anna está fazendo um filme sobre Lampião. Segundo suas pesquisas já foram escritos pelo menos 186 livros retratando Lampião machão. Antes do juiz Pedro Morais ninguém teve peito de dizer o que rolava debaixo do gibão de couro do Rei do Cangaço.

Profético?
Burro fui eu que não atentei pra um certo detalhe da imprensa alternativa na virada dos anos 70. Que não vi no nome de um jornal uma profecia ou a dica de quem já tava por dentro do assunto.
No período de 1978 a 1981, circulou no Brasil um tablóide dirigido ao público gay. Durou apenas 38 edições, incluindo o número zero.
Sabe o nome do jornalzinho? “Lampião da Esquina”...

A coleção completa desta curiosa publicação está digitalizada

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