Armênio Aranha - Foto: Acêrvo da Família |
Em pé rente ao balcão,
Ubirajara e eu inauguramos a amizade patrocinada pelo fotógrafo que nos
apresentou.
Estávamos no Largo de
Pinheiros, na pastelaria imortalizada pelo jornalista-escritor João Antônio no
conto Malagueta, Perus e Bacanaço.
Ao saber onde moro, logo
veio ao novo amigo a curiosidade sobre os candidatos a prefeito de Taboão da
Serra. Rolava o ano de 1982. As capitais estavam impedidas pela ditadura
militar de eleger prefeitos. Daí que paulistanos feito Ubirajara olhavam para mim,
eleitor, como se eu fosse um extra-terráqueo.
Quando citei o candidato
Armênio, a gargalhada explodiu no peito de Bira – depois do terceiro copo,
amigos recentes já se tornam “de longa data”; chamam-se por apelidos
diminutivos, corruptelas de nomes e outras folgas.
Contorcendo-se sobre o
próprio abdome, Bira não continha a surpresa risonha: “O Armênio? Ah ah ah...
Candidato??? Ah ah ah... Não é
possível… O meu amigo “Sarrafo”??? ah ah ah”.
Tava desfeito o equívoco. O
candidato Armênio era outra pessoa. “Sarrafo” era o apelido que Armênio Aranha
carregava da juventude. Valente varzeano, jogava no setor defensivo. Ao
atacante que se atrevesse, sobravam as vigorosas pernadas do zagueiro que
“descia o sarrafo”.
Armênio Aranha foi caixa-executivo
da tesouraria da Prefeitura de Taboão da Serra até a sua aposentadoria em 26 de
março de 1993.
Tínhamos uma amizade
antiga, sem muitas intimidades. Mas consistente feito a fortaleza delicada da
teia da aranha. Me criei no bairro Jardim Helena onde Armênio foi dos primeiros
moradores.
Eu pretendia gravar com
ele umas memórias sobre a nossa cidade. Comunicado do estado de saúde do “Sarrafo”
pelo seu neto Bruno Anderson, liguei para ele no final de novembro passado. Estava
convalescendo de uma pneumonia... O tempo inexorável castigou meu vacilo por não perenizar em uma entrevista as lições de vida do pai dos meus amigos Russão, Sílvio, Carminho e Bá.
No último dia 3 de abril
Armênio Aranha penetrou na esfera onde não se usam palavras.
Neste domingo de Páscoa
será a missa de sétimo dia em intenção da sua alma, às 10 h da manhã, na Igreja
Santa Terezinha.
Em homenagem ao velho
amigo que já se foi, peço ao meu eterno imortal Baden Powell esta toccata de Johann Sebastian Bach.
5 comentários:
Meus sentimentos à família . Que ele siga na paz de Deus.
Cresci em meio aos filhos e sobrinhos de seu Aranha , minhas condolencias a familia Aranha .
Caro David,
peço licença para apoderar-me de suas palavras e rubricar tb seu texto "in memoriam" do "seu" Armênio, com quem convivi e tive o prazer de recebê-lo na minha querida Espírito Santo do Pinhal, para um jogo entre o CATS e o Pinhalense; "Seu" Armênio acompanhou de perto a instalação da EMI "Marquês de Rabicó" e depois sua transformação em EMEF "Cecília Meireles", na rua de sua casa, quando foi meu parceiro e orientador sobre o histórico das famílias e moradores do Jardim Helena. Deixa grande saudade. Meu abraço aos membros de sua querida família. Fenólio
Saudade do meu Avô, companheiro, amigo e acima de tudo professor !!! professor da vida, grande homem que junto ao seu filho mais velho (Carminho)meu pai, me ensinaram o caminho correto da vida ! Te amo eternamente meu querido Vovô !!!
*Obs: Fenólio, este jogo que você comentou, ele foi ver eu jogar, no campeonato paulista série B 2003,
Abraço.
Saudades ...!!
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