Garis de Taboão da Serra - Foto: Ricardo Vaz |
Nas
discurseiras pomposas e empoladas dos par(a)lamentares sobre o dia de hoje
dedicado aos trabalhadores da limpeza pública, você vai ouvir que o substantivo
de dois gêneros “gari” provém do empresário francês Pedro Aleixo Gary, radicado
no Brasil, que em 11 de outubro de 1876 assinou com o Ministério Imperial o primeiro
contrato para a coleta de lixo no País.
Quando
o povo da cidade do Rio de Janeiro se via diante de uma sujeirada, logo diziam: “vai chamar a turma do Gary”.
Nesta data comemorativa aos valentes combatentes da imundície quero reproduzir um texto do maior poeta que já conheci em carne e osso.
Trata-se
do trepidante José Flávio Cordeiro, o consagrado Miró de Muribéca*. Dono de
versos avassaladores, Miró de Muribéca poetiza os temas mais
surpreendentes.
Feito
este sobre uma “Love story” em plena boleia do caminhão da coleta...
Josenildo conheceu Da Silvanuma carona no caminhão de lixo.Foi tesão à primeira vista.Ele achou lindo seu lenço colorido.Ela tinha fascínio pela roupa laranja dos garis.("ainda caso com um, mãinha")Desceram antes do caminhão chegar no lixão.- E teu emprego?- Fôda-se. Não vou entrar 2005 sem antes fazer uma loucura sequer.Se abraçaram... se beijaram...Aos goles de cerveja, cachaça e coca-colaJosenildo perdeu o empregoRecebeu o FGTSE foram felizes para sempre.
* Muribéca,
onde o poeta Miró nasceu e vive até hoje, é um bairro do subúrbio de Jaboatão
dos Guararapes, na região da Grande Recife, Pernambuco.
A
comunidade cresceu em torno do lixão do qual herdou o nome.
Um comentário:
Mesmo sabendo que em pouco tempo o ambiente comum à todos será degradado, esses profissionais não deixam de cumprir com louvor seu ofício.
Meu reconhecimento à todos eles.
Integração dos ônibus municipais já!
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