"FAVELA COM LUAR" Pintura de Walter Handro |
Meu
leal amigo Ariel P. Souza, astrônomo-amador residente no bairro Parque Pinheiros,
aqui em Taboão da Serra, me manda e-mail cujo título já diz tudo: “Super Moon em maio – Cuidado com os boatos!”.
A
Lua vai estar bem pertinho da Terra na noite de hoje para amanhã.
Normalmente
este satélite fica lá na dele, a 384 mil km distante de nós.
Mas
hoje a imensa bola prateada ficará a “apenas” 357 mil km da gente.
É
o que a Astronomia chama de “perigeu”. Seu contrário é o “apogeu” quando a Lua
se distancia 406 mil km do nosso planeta.
O
alerta de Ariel Souza é em relação à boataria que a coincidência do perigeu com
a Lua Cheia causará terremotos, tsunamis, ou outros transtornos geológicos.
“São grandes os temores sobre
terremotos nessas ocasiões”, diz o astrônomo-amador taboanense. “Particularmente
eu não descarto a possibilidade. Não por ser Lua Cheia, mas pela menor
distancia entre Lua e Terra. Afinal a força gravitacional vai estar acentuada.
Vai saber se nesta noite do perigeu alguma placa tectônica tá mal assentada e,
por conta do efeito de maré causado pela Lua, acabe por desencadear um
terremoto....”, pondera Ariel.
Segundo
ele, “não é uma teoria de conspiração
apocalíptica, mas, sim, uma hipótese em geofísica, nada comprovada”.
O melhor horário para vermos a Lua no
seu máximo esplendor será à 0h35 do domingo.
Prepare-se,
pois, para fazer belas fotos no início da madrugada deste dia 6 de maio.
Os sons da Lua
Grandes
músicos de todas as épocas já se derreteram inteiros de inspiração sob a luz do
luar.
O
colossal Chico Buarque fala em uma de suas obras-primas do amor lésbico de duas
mulheres que “amaram o amor serenado / das noturnas praias / Levantavam as
saias / e se enluaravam de felicidade”...
Fustigado
pela visão da beleza fulgurante de Vera Fischer, Tom Jobim pediu socorro à Lua
para descrever a monumental fêmea loira diante da qual se sentiu um pobre
trovador cheio de estrelas, mergulhado no silêncio lento a ver boiar “no céu
imensa e amarela... tão redonda a Lua... Como flutua... Vem navegando o azul do
firmamento...”
Há
uma composição de Beethoven erroneamente vulgarizada como “Sonata ao Luar”. Mas
não foi Ludwig quem lhe deu este apelido, e não vou contrariar o alemão.
Vamos,
então, ouvir uma música do polonês Chopin, que gostava de compor “noturnos”, e
essa obra em minha opinião se encaixa bem no momento de reflexão que uma
madrugada feita esta vai nos proporcionar.
Tristesse
(étude opus 10, nº 3)
Intérprete:
Dilermando Reis
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