Família de aluno autista vai processar a prefeitura

Maurício com seus pais Marina e Anilton - Foto: Folha de São Paulo

Os familiares de Maurício Alves Moreno, de 17 anos, pretendem responsabilizar judicialmente os responsáveis pelo abandono do adolescente no centro de reabilitação da Prefeitura de Taboão da Serra no início da noite da última 2ª-feira.

Ele ficou trancafiado na sala da secretaria da instituição no período das 17h às 23h40, quando foi resgatado por policiais da Guarda Civil Municipal. A porta da escola teve de ser arrombada, pois a unidade não conta com vigia.

Marina dos Santos Alves, 43, mãe do adolescente, e Ariane Alves Moreno, 20, irmã de Maurício, contam que o período em que o jovem ficou retido na sala da secretaria da escola prejudicou seu horário de tomar medicamento controlado.

O rapaz ficou descontrolado e quebrou ao menos um computador e espalhou documentos no local onde ficou sozinho e no escuro. Ele estava sujo de fezes e urina no momento em que foi resgatado.

Contradição

A Secretaria de Assistência Social alega que “a ausência de Maurício não foi notada” no momento em que a van do transporte escolar chegou para levá-lo para casa. A desculpa do órgão é que o estudante estava na instituição há apenas três dias, e não era conhecido pelos funcionários.

A nota oficial entra em contradição com a funcionária pública que ligou para a família na tarde da 2ª-feira, informando que o veículo escolar estava quebrado.

A prefeitura diz que o abandono de Maurício na escola foi um “fato pontual”.

Para Ronaldo Alves Moreno, 19 anos, irmão da vítima, a ação judicial contra a administração municipal se justifica, pois “se aconteceu com meu irmão, pode acontecer com outros [alunos]”.