Sabiá
órfã alimentada no bico por Homero Bagdá
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Foi num
samba de gente bamba que eu conheci Homero Dueñas, o popular Bagdá. Fomos apresentados no ano 2008
pelo Ary Marcos Motta, um guerreiro cultural na preservação do verdadeiro Samba
brasileiro.
Neste
abrir das cortinas de 2014 o Bagdá protagonizou um episódio pleno de
maravilhas.
Até quem
não me conhece sabe que sou besta por bichos. A vida silvestre pra mim é um
alumbramento.
No
início de janeiro, uma sabiá caiu do ninho na praça defronte à casa do Bagdá.
Ele colheu o passarinho, alimentou-o, abrigou-o por três semanas. Deu-lhe o
nome de “Alvarenga”.
Deu
comida no biquinho – frutas, papinha de pão integral com água, carninha de
frango desfiada, dentre outras mordomias.
Ensinou-o
a assobiar (“Acho que este sabiá é inglês”, brincava Bagdá durante suas “aulas”.
“Ele só pia assim: “repeat-you... repeat-you”...
ah ah ah”). Mas traduzindo pro bom português, talvez a sabiázinha tava era
cumprimentando o Bagdá como fosse o irmão de sua mãe: “Ripiti-tio... ripiti-tio”.
Como bom
fanático pela música brasileira, Bagdá até tentou ensinar o passarinho cantar um
clássico da Velha Guarda da Escola de Samba da Portela (“Sabiá cantou, fez-me lembrar/ de alguém que foi navegar/ Não deu
certeza em voltar/.../ Oh, sabiá, se tu canta eu vou chorar/ só porque minha
querida foi pelas ondas do mar”), composição de Ernani Alvarenga – daí o por
quê a sabiá foi batizada com aquele nome.
Hoje, domingo,
19 de janeiro, Bagdá restituiu a sabiá à vida livre.
Técnico em
telecomunicações aposentado, Homero “Bagdá” é uma enciclopédia ambulante sobre
os locais de reunião daqueles a quem chamamos “sambistas de raiz”. Tenho
certeza total que não vai passar batido por alguns compositores a passagem
desta sabiá pela vida do meu grande amigo.
Louvado seja.
Louvado seja.
Vai aqui,
feito história-em-quadrinhos a temporada da sabiá com Homero Dueñas,
Bagdá:
A sabiá
na primeira semana na casa do seu protetor
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Homero
Bagdá fez o papel de “mãe” do passarinho
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Um comentário:
E a natureza agradece!
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