Irmãos Carozzi. Foto: Iraci Tomiato |
Esta
será a 64ª edição do evento Quintasoito,
promovido todas as últimas quintas-feiras de cada mês pelo Espaço Cultural
Clariô. O grupo recebeu em fevereiro deste ano o Prêmio Governador do Estado na
categoria Inclusão Social. Como o próprio nome diz, o Quintasoito começa às 20h. Após o espetáculo é servida uma sopa ao
respeitável público, seguida de um bate-papo com os artistas.
Em O Perrengue da Lona Preta os palhaços
Rabiola e Chico Remela reinterpretam o conceito da propriedade privada. A trupe
percorre as quebradas do mundaréu da Grande São Paulo em apresentações grátis
para populações periféricas. Principalmente em acampamentos de sem-tetos.
Com 37
anos de vida completados no último 21 de maio, Sérgio Carozzi foi atraído pelo
teatro quando tinha 19 anos. “Fui assistir uma peça chamada Mambembe, no Teatro Popular do Sesi, na
Avenida Paulista. Quando começou a peça entrou o ator bem assim na minha
frente. Pensei: Nossa, meu. Que doideira.
Que bagulho louco!. Daí comecei a assistir muito teatro, muito teatro
mesmo. Todos os finais de semana eu ia ver espetáculos”.
Sérgio Carozzi - Foto: David da Silva - 26.mai.2010 |
Quem
hoje vê Carozzi arrancando gargalhadas de gentes de todas as idades, nem
imagina o moleque tímido que ele era. “Eu tinha medo até de sair da sala de
aula nos recreios para ir ao banheiro”. Daí o menino fugia do mundo se
refugiando no desenho.
Em 1997
o artista foi abduzido pela União Teatral Taboão (UTT), na época mantida pela
Prefeitura de Taboão da Serra. “Comecei no teatro taboanense naquela base de
saber por um amigo que tinha ficado sabendo por outro que havia recebido a
informação por aquele outro: ‘Tá tendo
teatro lá!’. A primeira coisa que Carozzi fez na UTT foram os cenários nas
peças dirigidas por Amaury Alvarez. Um dia lhe deram um personagem para
interpretar.
No
início de sua caminhada pelos palcos da vida, Carozzi trabalhou de office-boy, depois
serviu em restaurantes, até que se formou em Artes Plásticas.
A
vivência de Sérgio Carozzi como ator na Paixão
de Cristo aqui no município tem um episódio divertido. “Eu intepretava um
soldado, o legionário Longinus [aquele
que perfura com a lança o tórax do Cristo na cruz]. Na hora da crucificação,
a encenação é interrompida e o padre começa a falar, e falar, e falar, começa a
fazer discurso, e mandar o povo erguer as mãos... baixar as mãos... virar prum
lado, virar pro outro. E eu vestido de legionário romano lá em pé, esperando o
padre terminar pra eu pendurar o Cristo na cruz. Decidi: Mano do céu!, nunca mais eu faço este papel!. Apesar de ser teatro
de rua, de ser emocionante estar ali com aquela plateia enorme, eu já pensava
naquela época que teatro é mais que isto. Foi a partir deste momento que eu fui
atrás de buscar, refletir mais sobre a ligação da política com o teatro. O
significado da intervenção teatral, qual a dimensão que isto tem”, diz o
artista que passou desde então a ser um leitor atento de Walter Benjamin.
O circo
entrou na vida de Carozzi no ano 2005. “Eu estava numa militância social, num
acampamento de sem-tetos aqui em Taboão. Ali eu conheci um palhaço, o Fernando,
e ele passou pra mim e pro meu irmão Joel algumas coisas. Daí começamos a
trabalhar com circo dentro deste acampamento de sem-tetos no Jardim Helena.
Hoje trabalhamos esta discussão da arte com engajamento e com humor, porque o
humor é muito próximo da reflexão. Uma piada pode fazer a pessoa pensar”.
Foto: Iraci Tomiato |
Serviço:
O Perrengue da Lona Preta
25 de
setembro, às 20h
Entrada franca
Classificação:
Livre
Duração:
60 minutos
Direção:
Sergio Carozzi
Elenco:
Joel Carozzi, Sergio Carozzi.
Figurinos:
O Grupo
Produção:
Henrique Alonso
ESPAÇO CLARIÔ
Rua
Santa Luzia, 96
(próximo ao Hospital Family)
Taboão
da Serra
Informações:
4701-8401
Joel e Sérgio Carozzi em atuação no bairro Monte Azul, zona sul de São Paulo - Foto: Divulgação |
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