Naruna
Costa concorre ao Troféu APCA 2017. Foto: Raíssa Corso
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David da Silva
Pelo seu
desempenho na peça Antígona, de
Sófocles, a atriz e diretora teatral Naruna Costa está indicada ao Prêmio de
Melhor Atriz pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). Cofundadora
do Grupo de Teatro Clariô, em Taboão da Serra, Naruna também traz no currículo atividades
de cantora e compositora. Os críticos teatrais da APCA estiveram reunidos na
noite de ontem, 2ª-feira 4 de dezembro, para definir os indicados ao prêmio. A
premiação é entregue há 61 anos. Os nomes dos vencedores serão definidos na
próxima 2ª-feira, dia 11.
Dirigida
por Moacir Chaves, Naruna Costa levou ao palco a personagem criada pelo grego
Sófocles por volta do ano 442 a.C., ao lado de Pascoal da Conceição e Celso
Frateschi, que assina a versão deste drama com cenários e figurinos de Sylvia
Moreira. A peça esteve em cartaz de agosto a outubro deste ano.
Naruna na personagem Antígona - Foto: Gisela Schlogel |
Teoria e prática
Nascida
e criada no bairro Freitas Júnior, periferia de Taboão da Serra, Naruna, 34
anos, deu os primeiros passos na carreira por meio da União Teatral Taboão,
criada em 1997 e dirigida por Amaury Alvarez, onde atuou em peças como A Torre em Concurso, entre outras.
A
trajetória artística de Naruna Costa se espraia pelo teatro, cinema, televisão,
shows musicais, além de discos próprios (Grupo Clarianas) e participações
especiais em discos de artistas como Marcelo Pretto, Virgínia Rosa e o rapper
Criolo.
Na TV
Globo Naruna trabalhou em 2011 no seriado Força
Tarefa como a personagem Sargento Lidiane; também em 2011 na novela Insensato Coração (personagem Renata);
em 2010 na novela Tempos Modernos (personagem
Dodô).
Naruna em frente ao Teatro Clariô, criado em 2002 |
Na TV
Bandeirantes Naruna foi Suzi na novela Dance
Dance Dance em 2007/2008. Na TV Brasil foi apresentadora em 2014 da série Resistir é Preciso, e do festival de vídeo
Tela Digital, no período 2009/2011.
Na TV
Cultura a atriz taboanense atuou no programa Senta que lá vem comédia em 2005, participou do programa Telecurso
TEC em 2007, trabalhou no programa Profissão
Professor (2009) e naquele mesmo ano em Tudo
o que é sólido pode derreter.
No
cinema Naruna Costa trabalhou em importantes produções como o filme Hoje eu quero voltar sozinho, que
representou o Brasil no Oscar/2014.
A lista
de atividades teatrais de Naruna é extensa: Peso,
direção de Tica Lemos; Desde que o Samba
é Samba, dir. Izabel Setti; Lesão
Cerebral, dir. Silvana Garcia; Ricardo
III, dir. Celso Frateschi; As Bruxas
de Salém, dir. Bete Dorgan; A Árvore
dos Mamulengos, dir. Wil Damas; Hospital
da Gente, dir. Mário Pazini; Urubu
come carniça e voa, dir. Mário Pazini.
Em 2015
além de interpretar uma das personagens, Naruna foi também diretora da peça Severina – da morte à vida, de Wil Damas
(o espetáculo de criação coletiva do Grupo Clariô foi inspirado na obra de João
Cabral de Melo Neto).
Foto: Raíssa Corso |
Já perto
do fim do texto você deve estar perguntando o que a palavra “teoria” tá fazendo
no subtítulo lá em cima. É que além do imenso potencial nos palcos e perante as
câmeras, Naruna tem grande capacidade de teorização. Vê só o que ela declarou à
Revista Baiacu:
"Cultura é necessidade básica, é fundamental. Igual saúde, moradia, educação. E isso é tão básico porque é ter história. Não tem como apagar o que você é pra ficar lá trabalhando numa indústria, que você trabalha pra ter dinheiro, pra pagar conta e não ter dinheiro, e assim vai. E a sua história vai sendo apagada. Quem reconstrói essa história? Os artistas. E também quem vai falar da beleza das coisas? [Quem vai contar sobre] aquele pôr do sol que eu vi no rio Madeira, em Rondônia?"
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