Especialistas foram dispensados com uma mensagem pelo celular. Foto: Google Street |
David da Silva
O Centro Municipal de Habilitação e Reabilitação “Amor Perfeito” teve seus especialistas na área da Saúde removidos pela gestão do prefeito José Aprígio, de Taboão da Serra. Enfermeiras, fisioterapeutas, psicólogas e fonoaudiólogas que trabalhavam nessa unidade de ensino já tiveram transferência nesta semana. A escola atende crianças e adolescentes com síndromes e deficiências moderadas e graves.
“A justificativa [da Secretaria da Educação] é
que a Secretaria da Saúde solicitou nossa transferência. Só que na 5ª-feira, 3
de maio, fomos à Secretaria da Saúde e o secretário José Alberto Tarifa nos
disse que não solicitou ninguém”, disse a fonte ouvida pela reportagem.
Os profissionais da Saúde retirados do atendimento às crianças com deficiência são três fonoaudiólogas, duas psicólogas, fisioterapeutas (2), duas enfermeiras e uma técnica em enfermagem. Essa equipe atuava na escola “Amor Perfeito” e no Centro de Referência de Educação Inclusiva (CREI).
Dispensados por whatsapp
“A
secretária da Educação disse que nossa atuação agora [durante a pandemia] não
justifica nossa permanência. Fomos despedidos por whatsapp”, protesta a fonte,
referindo-se ao fato de que todos os profissionais da Saúde que atendiam
crianças com deficiência foram desligados da escola por meio de mensagem pelo celular.
“Estávamos
atendendo em home office, fazendo encaminhamento a todos os professores da rede
e alunos quando necessário. O CREI dá suporte para os deficientes da rede
municipal [de Ensino]. Eles não terão mais esse apoio”, lamenta.
Algumas
das transferências desses servidores foram assinadas no RH da prefeitura na
última 6ª-feira. Amanhã, 7 de junho, eles conhecerão seus novos locais de
trabalho.
“Semana difícil”
Criado
no dia 9 de junho de 1988 pelo decreto 27 do ex-prefeito José Vicente
Buscarini, atual vice-prefeito, o Centro Municipal de Habilitação e
Reabilitação “Amor Perfeito” atende alunos de três a 18 anos de idade com
deficiência mental grave. Uma funcionária da escola disse que o local seria
convertido em Centro de Autismo. Buscarini não confirma a informação, e na
tarde do sábado, 5 de maio, ao ser acionado pela reportagem disse genericamente
que “como não houve transferência de informações do governo passado, estamos
realizando um projeto de cadastramento do público com deficiência para
implantação de novas demandas”. Perguntado duas vezes se o local vai virar centro de referência para autistas, o vice silenciou.
Profissionais
da Saúde retiradas da escola “Amor Perfeito” e do Centro de Educação Inclusiva
demonstram contrariedade. “Passamos uma semana difícil. Foram muitos anos
trabalhando no mesmo local. Procuramos o vice-prefeito para contar o ocorrido.
Posso te dizer que o Buscarini não sabia nada disso”.
Segundo
funcionárias da escola, os pais ainda não foram avisados da remoção do pessoal
da Saúde que atendia seus filhos.
Na próxima 4ª-feira, 9 de junho, vai fazer 33 anos da criação do "Amor Perfeito", que funcionou inicialmente onde é hoje a biblioteca municipal, na Praça Nicola Vivilechio Foto: acervo/David da Silva |
Um comentário:
José Alberto tarifa é mais falso que nota de r$ 3,00. Não vale o que o gato enterra.
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