sábado, 19 de abril de 2025

Morte de casal por afogamento na Sexta-feira Santa comove Taboão da Serra

Priscila deixa três filhos e Robson, uma filha - Foto: Selfie em rede social
David da Silva

A professora Priscila Aparecida Vieira e o instrutor de autoescola Robson de Jesus Alves, ambos de 43 anos, moradores de Taboão da Serra, foram passear em Praia Grande no feriado desta 6ª-feira (18). Com o casal, o adolescente Théo, de 15 anos, filho de Priscila. Por volta da uma da tarde o trio se afogou na praia do bairro Caiçara, num trecho que não é monitorado pelo Grupamento de Bombeiros Marítimo. Os adultos faleceram e o garoto está na UTI do Hospital Irmã Dulce, naquele município.

Além de Théo, Priscila deixa outros dois filhos, uma menina de 13 anos e um homem de 21. Robson tinha uma filha nascida em outro relacionamento.

O adolescente está hospitalizado tendo o pai biológico na sua companhia. Não há uma definição médica sobre o seu estado neurológico. Neste sábado Théo abriu os olhos, levando otimismo à equipe que cuida dele.

Mar bravo e repercussões

Juci Terto é ex-moradora de Taboão da Serra, hoje mora em Peruíbe e relata o comportamento das águas no início deste feriadão: “O mar está muito agitado nesses últimos dias com chuva em alto mar. Tanto que ouço o mar daqui de casa que fica a 2 km da praia”.

A advogada Sueli Amoedo resume o clima. “Realmente foi chocante, você sai para se divertir, e acontece um acidente trágico como esse”, diz Sueli, que ajudou a reportagem no contato com Patrícia Cristina, amiga das vítimas.

A advogada Elaine Abud, ex-presidente da OAB-Taboão da Serra, tinha bons vínculos com Priscila: “Ela foi a primeira professora da [minha filha] Cecilia. Uma mãe, mulher, amiga e professora exemplar. Ela era minha vizinha. Sentirei muito a falta dela”.

Amiga de infância, a professora Sheila Cerqueira está inconsolável. "Nasci e cresci com ela. A Priscila é filha de enfermeira, fruto de uma relação com um médico. A mãe sempre foi batalhadora, exemplo de luta. Priscila teve uma trajetória linda. Uma menina de boa, sempre muito sorridente e disposta a fazer o bem. Vai deixar um legado incrível", diz Sheila.

Moradores no bairro Pq Santos Dumont, ao lado da região dos bancos e próximo ao Largo do Taboão, Robson havia completado 43 anos de idade em 29 de janeiro, e Priscila, em 18 de outubro.

O casal será sepultado neste domingo (20) no Cemitério e Crematório Alphacampus, na Estrada Barueri-Itapevi, nº 498, município de Jandira, na Grande São Paulo.

O velório será das 9h às 11h.

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Todos os elencos da Paixão de Cristo em Taboão de 2008 a 2025

David da Silva

Dos 29 artistas nos papéis de maior destaque na Paixão de Cristo em Taboão da Serra nesta 6ª-feira (18), boa parte já tem longo vínculo com o espetáculo. O blog bar&lanches taboão fez o levantamento das participações de atrizes e atores nas 15 últimas apresentações. A lista foi fornecida por Josias Patriolino. A peça chega nesta Semana Santa à sua 66ª edição, e existe desde 1956, três anos antes de o município ser fundado. O personagem central será vivido por Rager Luan.

Apesar da sua estreia como protagonista, Rager Luan é veterano nos suplícios do calvário. Já esteve pendurado na cruz por cinco vezes na pele do irascível Gestas. O ator soma 18 participações nas encenações realizadas no período de 2008 a 2025 – a Covid manteve o palco vazio por três anos, de 2020 a 2022. Além das interpretações do ladrão insolente em 2013/14/15/16/19, ele fez também João Batista em 2014, 2019 e 2023; o Diabo em 2011 e 2012; um palaciano em 2010 e 2017; Petrônio em 2024, além das cenas de pirofagia nas encenações de 2016/17/18/24.

O ator Renato Gomes, que neste ano faz um sacerdote, já acumula 11 participações nas 15 montagens mais recentes: foi João Batista em 2008/15, Longinus em 2013/14/15/18, Barrabás em 2016, Pedro em 2017, e fez Caifás e guarda romano em 2019.

Há artistas que se tornam marca registrada de um personagem. Joselito Gaza neste ano interpreta Herodes pela sexta vez em oito participações entre 2008 e 2025 (ele fez o Cristo em 2019 e Dimas, o bom ladrão, no ano anterior).

Identificação com um determinado tipo de papel também é o caso do ator Deváki Dasley. Suas nove participações a partir de 2008 foram todas ligadas ao exército de Roma. Neste ano, Deváki não está no elenco principal. O protagonismo militar está agora com Felipe Ferraz, chefe da Guarda do Caifás, e Bado Alves, que já fez o legionário romano Flávio Lúcio em 2018/24, e volta ao papel em 2025, além de participar da direção.

O ator Luís Bezerra será crucificado amanhã como Dimas. É outro veterano da Paixão, com nove participações nas 15 últimas montagens. Em 2010 interpretou Barrabás e Gestas; foi Pilatos em 2011/12; Judas em 2014/15; sacerdote em 2016, e Diabo em 2018.

Josias Patriolino também chega neste ano à sua nona participação nas 15 montagens a partir de 2008, tendo quase se tornado um “especialista em José de Arimatéia”, personagem que interpretou nos anos 2012/13/14/15/16 e 2024. Amanhã vai interpretar o apóstolo Tiago Menor.

O Pilatos deste ano é de Edson Lupe, que faz o personagem pela segunda vez em oito participações no período analisado.

Cido Júnior fez o personagem central nos dois últimos anos. Suas oito participações na Paixão entre 2008 e 2025 somam interpretações de Barrabás por duas vezes, o centurião Longinus em 2016, e agora vai fazer o apóstolo Pedro pela terceira vez.

Dentre as participações femininas ligadas a uma personagem, a com maior perenidade é Maria de Betânia, interpretada ininterruptamente desde 2017 por Maria Sebastiana.

Irmã de Rager Luan (o Cristo/2025), a atriz Naloana Lima faz neste ano a Cláudia, mulher de Pilatos, papel que já representou em 2018/19/23.

A Madalena de 2025 Jéssica Correia já foi Salomé nos anos 2018/23/24.

Paloma Oliveira, a Salomé/2025, já subiu ao palco como Cláudia em 2017, e como Madalena nos anos 2008 e 2023.

Thânia Rocha é a Virgem Maria de 2025, mesmo papel desempenhado por ela em 2018. Dirigiu a Paixão no período de 2000 a 2004, e foi codiretora em 2008.

Paixão antiga

O diretor Valter Costa tem vínculo com a Paixão de Cristo em Taboão da Serra desde 1995. Esta é a quarta vez que ele dirige o espetáculo entre 2008 e 2025.

Costa revolucionou a encenação em Taboão da Serra no ano 2000. Com grana do próprio bolso, foi a Nova Jerusalém, em Pernambuco, ver de perto a mega montagem da Paixão e trazer para cá o seu aprendizado.

A Paixão de Cristo em Taboão da Serra foi criada por Manoel Francisco da Nova 69 anos atrás. Da Nova era artista cômico. Contracenou com comediantes famosos como Manoel da Nóbrega e Ronald Golias no rádio, na TV Tupi e TV Record. Trabalhou em teatro com Procópio Ferreira. Escrevia peças e também era cenógrafo. Faleceu em maio de 2011.

Nos seis primeiros anos da encenação no município, os personagens Jesus e Maria eram vividos pelo casal Mário e Therezinha Pazini. Ela estava grávida de um menino em 1962 quando fez a peça pela última vez. Mário Pazini Filho herdou do pai a coroa de espinhos e fez o personagem por seis vezes (2000, 2002/3/4/5/6).

Em 1993, Manoel da Nova ficou abalado com a morte da esposa, e decidiu passar adiante o comando da Paixão de Cristo. O legado ficou com Zhé Maria, que já trabalhava o mesmo tema desde 1979 num grupo de jovens católicos da região do Pirajuçara. No ano passado, Zhé Maria foi codiretor do espetáculo juntamente com Walter Lins e Eddie Ferraz. Neste ano, Eddie Ferraz interpreta Caifás e em 2017 foi José de Arimatéia. O Arimatéia de 2025 é Walter Lins, que fez Herodes em 2018 e 2023.

ANO

JESUS

MARIA

2008

Clayton Novais

Daniela Santos 

2009

Joel Macedo

Tâmia Portela

2010

Alexandre Miano

Tâmia Portela

2011

Héric Alvarez

Eliane Weifürter

2012

Héric Alvarez

Mayara Brasil

2013

Clayton Novais

Dora Nascimento

2014

Clayton Novais

Vera Díez

2015

Clayton Novais

Vera Díez

2016

Clayton Novais

Sandra Rosa

2017

Washington Gabriel

Vera Díez

2018

Orias Elias

Thânia Rocha

2019

Joselito Gaza

Zulhie Vieira

2023

Cido Júnior

Martinha Soares

2024

Cido Júnior

Flávia D’Álima

2025

Rager Luan

Thânia Rocha

Para a relação completa clique aqui

¹ Espaços em branco: não teve o personagem naquele ano 

² Espaços c/ asterisco: o nome será incluído assim que chegar a informação 

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Gambiarra: Daniel inaugurou tomógrafo com fiação elétrica inadequada

Prefeito vistoriou o local 27 dias antes de o tomógrafo ser inaugurado. Foto: Facebook
David da Silva

Na próxima 2ª-feira (14), vai fazer dois meses que entrou em funcionamento a sala de tomografia do Pronto-Socorro Municipal de Taboão da Serra, popularmente conhecido por ‘PS Antena’. Porém, a rede elétrica não foi preparada para receber o aparelho. “O tomógrafo consome uma quantidade muito expressiva de kWh, e derrubava a energia elétrica da unidade quando ligado”, justifica o diretor Carlos Alberto de Castro Soares.

As quedas constantes de luz naquele órgão público preocupam, pois ali é Unidade Mista de Saúde, onde funcionam atendimentos a urgência e emergência, internação em clínica médica e maternidade.

Na 6ª-feira passada (4), o corretor de imóveis Eliézer Santos denunciou a paralisação da tomografia: “Minha filha está lá agora [no pronto-socorro] precisando deste serviço, mas informaram que o tal aparelho está quebrado”, escreveu no Facebook às 19h16.

A fiação elétrica da Unidade Mista de Saúde não suporta a carga necessária para equipamentos como o tomógrafo recém-adquirido. A concessionária Enel e uma empresa privada de engenharia elétrica estiveram no local nesta semana para avaliar o problema. Foram feitos ajustes de emergência para a máquina voltar a funcionar.

A moradora Paula Freitas Soares encontrou dificuldade para conseguir o exame de imagem. “Minha mãe precisou usar [o tomógrafo], e o médico falou pra nós que foi usado apenas duas vezes e queimou. Teve que levar os pacientes pro Hospital Geral Pirajussara pra fazer a tomografia”, relata.

A Secretaria da Saúde alega que o problema “já foi solucionado”. Entretanto, admite que a Secretaria de Obras constatou a necessidade de “reforço na cabine primária para garantir a estabilidade do fornecimento de energia”.

“Vistoria”

Em 20.jan.2025, o prefeito Daniel Bogalho postou nas redes sociais que no dia 18 daquele mês havia feito “uma ação no PS Antena”. Naquela data, tirou foto ao lado do tomógrafo que estava em fase de instalação, e foi inaugurado 27 dias depois da suposta vistoria.


quarta-feira, 9 de abril de 2025

Empresa de Taboão detém a marca de refrigerante famoso nos anos 70

David da Silva

No bairro Jardim Salete, entre uma escola municipal e o posto de saúde, um galpão sem placa na fachada guarda a fórmula de um dos refrigerantes mais consumidos entre as décadas de 1940 a 1980. Foi o primeiro refrigerante sabor uva no Brasil. Seu slogan é um case de sucesso da propaganda brasileira. E os planos da marca para 2025 são bastante promissores.

Marcos Nunes de Lima, o Magoo, 57 anos, comanda o comércio aberto pelo seu pai no Jardim Salete em 1972. A poucos metros de distância desse bar, fica a empresa Saborama, estabelecida em Taboão da Serra desde 1993. “Alguns amigos meus trabalham lá, mas nunca imaginei que ela é sócia da Grapette. Meu pai vendia muito esse refrigerante aqui. Eu mesmo bebia bastante quando era criança”, diz Magoo.

Vasilhames originais hoje são relíquias

Grapette veio dos Estados Unidos para o Brasil em 1948, trazida pela Companhia de Refrigerantes Guanabara. A propaganda da época já usava o famoso slogan que fixou a marca na memória nacional.

Recorte de jornal de 1949

A Saborama foi fundada em 1973. Era fornecedora da empresa venezuelana Imataca, que detinha os direitos de exploração da marca Grapette no Brasil. Quando aquela empresa encerrou as atividades por aqui, a Saborama passou a ser detentora exclusiva da marca para todo o Brasil. 

O nome e o gosto da Grapette ficam marcados em quem teve contato com ela.

A advogada Sueli Amoedo lembrou imediatamente do slogan: “É alguma coisa repete, ‘quem bebe repete’, algo assim”, disse à reportagem. “Meu pai sempre comprava; era bem docinho”, relembra a advogada que dirigiu a Coordenadoria dos Direitos da Mulher em Taboão da Serra.

Devagarinho, Grapette vai voltar às geladeiras da Grande São Paulo.

“No fim do ano passado, a B3 Indústria Brasileira de Bebidas assinou o contrato de franquia Grapette para o atendimento à Capital, Região Metropolitana da Capital, Baixada Santista, Região Metropolitana de Campinas e Região Metropolitana de Sorocaba”, disse ao blog no início de março Denise Aletéia Roque, gerente de marketing da Saborama, adiantando que o Giga Atacado e a Royal Bebidas fariam o lançamento de Grapette em suas prateleiras naquele mês.

Novos mercados

Embora não seja encontrada nos mercados da capital paulista, Grapette nunca deixou de ser fabricada no Brasil. Sua circulação hoje está restrita a algumas regiões. E isto pode mudar.

“Em negociação avançada, temos o credenciamento de engarrafador para atuar em outras áreas de Minas Gerais (Belo Horizonte e Grande Belo Horizonte, Região Central, Norte de Minas, Triângulo Mineiro, Centro Oeste de Minas, Vale das Vertentes, Alto Paranaíba, Vale do Rio Doce, Vale do Aço, Noroeste de Minas, Jequetinhonha/Mucuri)  e também no Espírito Santo”, conta Denise Aletéia, para quem há grandes chances de sucesso, ainda em 2025, de novas franquias com engarrafadores de refrigerantes de Santa Catarina e Paraná.

No Estado de São Paulo, atualmente Grapette chega ao Vale do Paraíba, aos 11 municípios da Região Bragantina (Bragança Paulista, Atibaia, etc) e ao Litoral Norte pela Piracaia Distribuidora. A Refrigerantes Devito faz Grapette chegar na região de Catanduva, e a indústria Vendranelli produz esse refrí em Biriguí.

Na terra da uva

No Rio Grande do Sul, o sucesso de Grapette era impulsionado pela Rádio Farroupilha na década de 1960. Aos domingos, a emissora realizava o Show Infantil Grapette, e durante a semana, todo fim de tarde transmitia o Teatrinho Grapette.

Grapette chegou à terra da uva na década de 1950, por intermédio da indústria de água mineral Minuano, inicialmente produzida pela fábrica localizada em Santo Ângelo, e a partir de 1965 também pela fábrica no bairro Vila Nova, em Porto Alegre.

Hoje, Grapette chega aos gaúchos pela empresa Elenza.

***

A Saborama já tinha 20 anos de existência quando inaugurou sua nova sede de 3.200 m² em Taboão da Serra, em 1993.

Ela não fabrica nem distribui Grapette. Fornece os concentrados – insumos básicos para a produção da bebida. Não cobra royalties; todo o lucro das vendas é do engarrafador franqueado.

Além do pioneiro sabor uva roxa, é também vendida nos sabores framboesa e uva verde, conforme a região.

***

O químico norte-americano Benjamin Fooks batalhou durante muitos anos para chegar ao sabor único de Grapette. Com o dinheiro da venda de um posto de gasolina e mais 4 mil dólares emprestados, se lançou no ramo dos refrigerantes em 1926. Em 1930 criou o refrigerante de uva, mas somente depois da Segunda Guerra Mundial finalmente chegou à fórmula em que tanto buscava o equilíbrio perfeito entre os ingredientes.

Atualmente, a Saborama concede a franquia para fabricação de Grapette para empresas de Manaus (AM), Sobral (CE), Ouro Fino (MG), Ananindeua (PA), Rio de Janeiro, Paraíba, Rio Grande do Norte, e as empresas paulistas citadas acima.

Atravessando gerações

O primeiro slogan de Grapette nos Estados Unidos foi Thirsty or Not (com sede ou não). No Brasil, o indelével “quem bebe repete”, que acompanha a marca desde o seu desembarque por aqui, ficou ainda mais poderoso a partir de 1959 com o jingle criado por Heitor Carillo.

No projeto para conectar a marca com as novas gerações, as peculiaridades regionais são levadas em conta. “Optamos sempre por ações locais, considerando as oportunidades para a marca e particularidades de cada região. Já no âmbito nacional, está prevista a retomada e fortalecimento da presença de Grapette nas redes sociais, de maneira a criarmos conexão com o público mais jovem”, explica a gerente de marketing Denise Aletéia.

Propaganda veiculada em Recife, capital de Pernambuco, em janeiro/2025

domingo, 6 de abril de 2025

Como transformar um barranco e uma lagoa em manancial de craques do futebol

Arquibancada foi reformada no início deste ano
Fotos: David da Silva - 29/03/2025
David da Silva

Como bom técnico de futebol, Guima sabe se antecipar aos lances do adversário. Quando cresceu o rumor da desapropriação, ele estava um passo à frente. A Chácara do Jockey, no bairro Ferreira, zona oeste da Capital, seria transformada em parque municipal em troca da dívida milionária do Jockey Clube com IPTU. Era ali que o Clube Pequeninos do Jockey estava instalado desde a década de 80.

“Estávamos muito bem na chácara, mas aos poucos se ouvia um zum-zum, sempre havia a ameaça das autoridades ficarem com a chácara por causa da dívida”, conta José Guimarães Junior, o Guima, fundador do Pequeninos do Jockey, uma entidade autônoma, com CNPJ próprio, mas que leva o nome do clube onde nasceu.

O decreto da desapropriação chegou em 2011. Mas, 21 anos antes Guima já tinha armado a jogada para sair daquela encrenca.

“Em 1990 fui na Administração Regional (hoje Subprefeitura) do Butantã pedir autorização para levar o Pequeninos para alguma área pública”, relata Guima. Um assessor da Regional, conhecido pelo nome Precioso, sugeriu uma propriedade da prefeitura no bairro Jardim Colombo. O Hospital Albert Einstein estava de olho no local para estacionar ambulâncias. Com a ajuda daquele assessor, o pedido do Guima chegou à prefeita Luiza Erundina. “Ela escreveu que entre ambulâncias e crianças, não há dúvida de que o terreno ia ficar com as crianças”, lembra Guima.

 

O Clube Pequeninos do Jockey nasceu na quadra do Jockey Clube de SP, em 1970. Quando passou a atuar no futebol de campo, treinava no Colégio Alberto Torres, na Avenida Vital Brasil, ao lado do Instituto Butantã. Havia um riacho na beira do campo, e quando chovia o treino ficava impraticável.

Depois migraram para locais como o Instituto Ana Rosa; o campo da torre da TV Gazeta, na Avenida Eliseu de Almeida; o Espadinha de Ouro, e também os três campos construídos pelo próprio Guima no 16º Batalhão da Polícia Militar, na Avenida Corifeu de Azevedo Marques.

Ao ganhar a autorização para se instalar no Jardim Colombo, Guima e os seus Pequeninos do Jockey teriam, finalmente, um campo para chamar de seu.

Dos 42 mil m² da propriedade pública do Jardim Colombo, 24 mil m² estavam ocupados pelo Grêmio Rebouças. O restante ocioso ficou para o Pequeninos. “Quando entramos ali, não tivemos boa impressão. O campo do Rebouças fica na parte alta, plana. Nossos 18 mil m², na parte baixa. E bem mais baixa ainda do lado esquerdo, paralelo com a rua. Havia um grande barranco e uma lagoa, com muitos casos de afogamentos”, diz Guimarães.

Primeira providência foi levantar uma casa de caseiro, e colocar nela um soldado da Polícia Militar para afastar ‘visitantes indesejados’: usuários de drogas curtiam a ribanceira abandonada.

Em uma lateral da área destinada ao Pequeninos do Jockey funcionava um clube de malha. Com a ajuda de Miguel, presidente do Rebouças, foi indicado um local bem maior para aquele pessoal fazer sua nova cancha. O diretor da malha criou caso. “Era um português dono de dois mercadinhos, tinha uma caminhonete Chevrolet novinha”, conta Guima. “Mas quando íamos na prefeitura tratar da remoção do campo de malha, ele estacionava a caminhonete bem longe, calçava o seu pior chinelo, e entrava na reunião com cara de coitado”.

O chefe da equipe de máquinas da limpeza urbana, de apelido Carioca, resolveu investigar o assunto. Ao constatar que o português estava usando de malandragem para se fazer de vítima, deu a ele 48 horas para desocupar o espaço.

***

Aos poucos o terreno do Pequeninos no Jardim Colombo ia ganhando forma de praça esportiva. Construíram sala de secretaria, diretoria, salão para reuniões e galeria de troféus... Mas para jogar bola, tinham apenas um campo de futebol society.

O barranco e sua lagoa seguiam como espaço inexplorado.

O pai de uma integrante do time feminino tinha empresa de terraplenagem, e aterrou a lagoa.

Começaram a usar o aterro para treinos, mas tinha muitas pedras. E elas ganharam de goleada.

Fizeram muitos mutirões para arrancar as pedras. Quanto mais tiravam, mais tinham pra tirar.

O jeito foi comprar várias viagens de caminhões com terra boa, compactar com rolo compressor, e aí sim, a bola rolou.

A mesma pessoa contratada para beneficiar o campo se prontificou a fazer a arquibancada.

Guima levou para o Jardim Colombo uma estrutura de ferro de 17m x 6m, que havia ganhado de um ex-aluno do Pequeninos, e as telhas da garagem da sua antiga casa na Chácara do Jockey. Com a construção de duas churrasqueiras, sala para biblioteca, cabine de força, depósito e enfermaria, o lugar ficou com aspecto de clube.

Em 25.julho.2008, o então secretário de esportes Walter Feldman inaugurou a iluminação do campo principal.

Ao assumir mandato de vereador em 2009, o dirigente são-paulino Marco Aurélio Cunha destinou verba para dois campos de society com gramado sintético.

Em 20.nov.2021, foi inaugurado o Museu Internacional Pequeninos do Jockey, hoje uma grande atração do Centro Desportivo do Jardim Colombo. O galpão do museu foi construído pelo empresário Edvan Batista Munhoz, um ex-Pequeninos que viajou para a Europa em 1988 na condição de carente. “Foi a maneira com que ele retribuiu o que fizemos por ele na infância”, lembra Guima agradecido.

***

Quando o ex-prefeito Fernando Haddad assinou a criação do Parque Chácara do Jockey em 30.abril.2016, ficou acertada a permanência do Clube Pequeninos do Jockey naquele local. “Durante muitos anos fomos os guardiões da chácara, e nada mais justo que ficássemos lá”, diz Guimarães. Mas, com a posse de João Dória na Prefeitura de SP o Pequeninos recebeu uma notificação dizendo que o acordo estava desfeito.

Nos meses seguintes, a gestão municipal passou a autorizar times amadores de adultos a usarem o campo do Pequeninos do Jockey. Inúmeras vezes Guima tinha de interromper os treinos da garotada. Depois, a Guarda Civil Metropolitana disse que tinha planos de ocupar a casa onde funcionava a administração e sala de troféus do Pequeninos. “Tomavam decisões desfavoráveis a nós. Para nos desagradar. Parecia algo programado para nos forçar a desocupar o lugar”, lamenta o veterano conquistador de copas na Europa.

Em 2019, o Pequeninos do Jockey teve de deixar definitivamente a chácara.

Mas Guima já estava dois passos à frente.

Guima no início dos anos 90 no terreno onde viria a construir o campo do Jd Colombo

Criança observa máquinas e caminhões fazendo o aterro da lagoa no início da década de 1990

Pequeninos do Jockey no Jd Colombo - 29.março.2025

domingo, 30 de março de 2025

Síndico é réu por apropriação indébita; moradores querem nova eleição em condomínio

Condomínio Pitangueira 2: audiência em abril
David da Silva

Um grupo de moradores do Condomínio Pitangueira 1 questiona na Justiça a reeleição do síndico Nélio Bacheschi, realizada no último dia 21. Já no Pitangueira 2, foi o próprio condomínio quem abriu processos contra a administração desse mesmo síndico, ocorrida entre 2018 e o início da década de 2020. Os dois conjuntos de prédios, com cinco torres e 1.040 apartamentos cada um, pertencem ao empreendimento Residencial Bosque do Taboão, no município de Taboão da Serra, à margem da rodovia BR-116.

Na contestação eleitoral, uma moradora denunciou a inclusão de requisitos não previstos na convenção do condomínio, o que dificultava o registro da sua candidatura. O juiz Matheus Barbosa Pandini concordou que as cláusulas incluídas pelo atual síndico “extrapolam os previstos na convenção”, e mandou excluí-las. Mas não concedeu a liminar suspendendo a votação. Os requisitos excluídos exigiam, entre outros, uma apólice de seguro de sindicância no valor mínimo de R$ 200.000,00.

O advogado Almir de Alexandres, morador do condomínio há seis anos, relatou à reportagem que funcionários da administração do condomínio, e que não moram lá, tiveram direito a voto. Será pedida nova eleição.

Perigo nos elevadores

O blog teve acesso ao laudo pericial que revela precariedades na casa das máquinas dos elevadores do Condomínio Pitangueira 1. Veja fotos:


Além das irregularidades apuradas pela perícia, moradores apontam que há despesas pagas à prestadora de serviços nos elevadores que só poderiam ser efetuadas após aprovação em assembleia.

Na última 5ª-feira (27), enquanto se dirigia à faculdade uma moradora de 21 anos ficou presa por uma hora no elevador entre o térreo e o subsolo do bloco A.

Problema antigo

Dois elevadores desse mesmo bloco A estiveram parados desde o mês de dezembro. Na última semana, voltaram a funcionar. No bloco B, o elevador para pessoas portadoras de deficiência foi instalado em setembro/2024, mas está sem funcionar desde então, reclama outro morador.

Apropriação indébita

Está marcada para o dia 29 do mês que vem a audiência de instrução e julgamento onde Nélio Bacheschi é réu por apropriação indébita. A ação foi protocolada em julho/2021, mas só teve andamento em janeiro do ano passado.

Bacheschi, que é síndico profissional, é acusado de, durante sua administração no Condomínio Pitangueira 2, não ter levado à votação em assembleia a aprovação das suas contas. Os moradores contrataram a empresa Odara Auditoria de Condomínios para avaliar as contas do período de 01.mai.2018 a 31.jan.2021. Durante uma assembleia geral ordinária em 22.out.2021, 71% dos condôminos reprovaram as contas do período fevereiro/2018 a dezembro/2020.

Segundo o laudo da auditoria, foi contratada uma empresa de pintura com valor acima dos três melhores orçamentos, resultando na diferença de R$ 78.703,33.

De acordo com os denunciantes, a gestão do síndico acarretou prejuízo global de R$ 132.447,51 em valores da época.

Nélio Bacheschi também responde a inquérito por ter feito, em fevereiro/2021, um empréstimo de R$ 77.420,34 para pagar a rescisão de um funcionário do condomínio. Ocorre que a rescisão foi de R$ 50.404,85, e não houve prestação de contas dos R$ 27.015,49 restantes.

O blog enviou mensagem ao síndico na tarde da 5ª-feira (27), mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto.

sexta-feira, 28 de março de 2025

Mulher é morta pelo marido 5 meses após voltar com ele

A vítima e o assassino
 David da Silva

No Facebook do Wellington há uma frase que deveria ter sido levada a sério: “Sou uma pessoa que gosto muito, mas quando não gosto, não gosto muito”, ele se autodefine.

Doze horas antes de cometer o crime, Wellington teve uma atitude que deveria ter sido levada a sério. Tentou trazer de volta para casa a companheira com quem tinha retornado a morar 5 meses atrás, após passar 2 anos na cadeia por tê-la mantido em cárcere privado durante a gravidez.

O agressor estava solto há 8 meses. O seu antecedente deveria ter sido levado a sério.


Tammy Kim de Fassio Santos, 32 anos, estava refugiada há 20 dias no terreiro de candomblé Ilê Asé Alaketu Oxolufan onde era yaô (filha de santo), na Rua Geraldo José de Almeida, nº 116, região do Pazini, em Taboão da Serra, buscando proteção contra a fúria de Wellington Assunção Araújo, de 49 anos.

Imagens da câmera de segurança mostram Tammy e o marido discutindo em frente ao espaço religioso às 17h40 da 4ª-feira (26). A mulher estava com as vestes brancas da sua religião. “Hoje foi a gota d’água”, ela diz a ele. Wellington tenta pegar o celular da mulher que estava com a filha de 4 anos nos braços. O babalorixá responsável pelo local defende Thammy, e ameaça chamar a polícia. Wellington foi embora levando o seu ódio e a mochila da criança.

A polícia não foi chamada, e durante a madrugada o homem rancoroso resolveu transformar em gesto aquelas palavras escritas na descrição do seu Facebook.


A passagem de Thammy pela terra foi interrompida por uma faca ensanguentada que ficou jogada no chão do lugar sagrado onde ela achou que estaria a salvo.

Exatamente doze horas depois do bate-boca no portão, às 5 da manhã da 5ª-feira (27) Wellington pulou o muro do terreiro e desferiu as facadas na esposa que estava dormindo ao lado da filha. Levada ao Hospital Family, perto do ocorrido, chegou com vida, mas não resistiu.

Em 2021, quando estava grávida, Thammy denunciou o marido por violência doméstica. Ele esteve preso no Cadeião Pinheiros, passou pelo presídio de Presidente Prudente e pela Penitenciária de Gália, ambos no interior de SP.

Progrediu para o semiaberto em 29.jan.2024, e no dia 25.jul.2024 teve seu alvará de soltura.

Wellington vai fazer 50 anos em 5 de junho.  É montador de móveis autônomo, pertence a família antiga daquela região, e sua microempresa está registrada na Rua Edite Pinho Souza, 219, casa dos seus pais.

Foi para lá que ele fugiu com as mãos sujas de sangue e o corpo fedendo a fumaça após atear fogo no apartamento da Rua Ana Maria da Conceição, nº 15, onde morou com Thammy nos últimos meses.


Seguindo à risca as palavras do seu Facebook, Wellington assumiu posturas dramáticas, exacerbadas, depois do crime hediondo. A polícia o encontrou no telhado da casa do pai. Sentou-se no beiral fumando e bebendo cerveja. Por várias vezes desafiou a Força Tática a atirar nele. Jogou uma escada metálica contra o polícia que tentava diálogo, e ameaçou se matar pulando da laje. Por fim, se entregou.

Chegou causando na delegacia. Camisa rasgada. Olhava para a câmera com expressão bestial. Quis tomar a arma de um agente. Bateu a cabeça na parede. Se jogou do beliche da cela onde foi confinado.

O SAMU se deu ao trabalho de atendê-lo, pra provar que está tudo bem.

No B.O., a delegada Aparecida Alves Janducci elencou feminicídio, resistência contra agentes policiais e incêndio criminoso.

A audiência de custódia foi nesta 6ª-feira (28) e a prisão em flagrante está convertida em prisão preventiva.

Wellington na viatura com nome da filha tatuado no peito
GEOGRAFIA DE UM CRIME

1. Local do assassinato - 2. Residência do casal - 3. Efetuada a prisão

quarta-feira, 26 de março de 2025

Motoqueiro detido hoje já importunou idoso no Shopping Taboão em novembro

Idoso foi ameaçado no shopping
 David da Silva

O motoqueiro detido nesta 4ª-feira (26) por adentrar montado em sua moto na área das lojas do Shopping Taboão, já causou outros transtornos a clientes desse mesmo local em Taboão da Serra. Em novembro do ano passado, ele perseguiu um idoso na área externa e no estacionamento do centro comercial mais frequentado do município.

Com quase meio milhão de seguidores no instagram, Edenilson Ribeiro produz vídeos onde simula assaltos contra pedestres.

Ele se autointitula “menino de ouro”, e também se apresenta no Tik Tok: “Olá sou o degrau23,espero que gosta dos conteúdo” (sic). A quantidade de erros ortográficos e gramaticais em uma única frase mostra que ele tem grau de instrução precário.

No horário de movimento na 3ª-feira (25), Edenilson e um colega invadiram os corredores do Shopping Taboão. A bordo de uma Honda vermelha placa DPY-2B53, e outra moto cinza placa EZO-4B27, os dois fizeram manobras em velocidade passando rente a consumidores e contornando quiosques. Eles saíram tranquilamente por uma rampa que dá acesso para a BR-116.

Como costuma fazer, o motoqueiro postou o vídeo que rapidamente viralizou, chamando a atenção de várias equipes de reportagens. Com a entrada da imprensa no assunto, as autoridades policiais tomaram providências.

Na tarde de hoje, os investigadores Rodrigo e Alexandre, da equipe chefiada pelo investigador Geraldo, conduziram Edenilson e Yuri Soares junto com outro rapaz ao 1º Distrito, e apreenderam as motos usadas no ‘rolê’.

Um milhão de likes

Não foi a primeira vez que Edenilson levou pânico aos clientes do Shopping Taboão.

Em 05.nov.2024, um idoso caminhava pela calçada da Telhanorte, uma das lojas do shopping. Edenilson aborda o homem, lhe mostra o ticket do estacionamento, diz que está sem dinheiro, e ‘força’ o cliente a pagar a despesa.  “Ah, você não vai pagar? Então, vou te roubar”, diz Edenilson. O idoso corre para dentro do estacionamento coberto. O motoqueiro pega um carrinho de compras, e dando risadas diz “vou te colocar aqui dentro”, enquanto persegue a vítima passando em frente a uma loja de pneus instalada naquela área destinada aos automóveis.

Em nenhum momento apareceu segurança do shopping para proteger o cliente, e o motoqueiro saiu ileso.

O vídeo do acontecido foi curtido por 1.056.252 pessoas. Durante a fuga, o idoso perdeu o chinelo. Dias depois, para atenuar a situação, Edenilson fez outro vídeo dando chinelo novo e uma pequena compra de supermercado à pessoa.

Prazer em assustar

Os conteúdos produzidos por Edenilson são, em grande parte, de ‘pegadinhas’. Em 25.jan.2025 ele simula um assalto a uma senhora. O vídeo teve 113.040 curtidas. Em 05.fev.2025, outro vídeo fingindo roubo contra uma idosa chegou a 56.817 likes.

Em um vídeo com bastante visualizações Edenilson arremete com sua moto contra um homem de idade na Rua Elizabetta Lips, no Jd Bontempo, mesmo bairro onde fica o quartel da Polícia Municipal (ex-GCM) de Taboão da Serra

O vídeo do ‘rolê’ por dentro do Shopping Taboão nesta 3ª-feira foi derrubado pelo instagram, mas multiplicou por outras centenas de milhares de perfis.

A primeira postagem que Edenilson fez no instagram data de 30.out.2021, e obteve apenas 430 curtidas.

Hoje, ele é seguido por 471.493 pessoas (número atualizado às 23h30, no momento da publicação desta reportagem).

Na foto postada agora à noite, mostrando uma equipe de TV em frente à Delegacia de Polícia de Taboão, o ‘influencer’ escreveu: “vou voltar mais forte”.

VÍDEO de 05.nov.2024


Preso em Taboão suspeito de matar agente da CET na Vila Sônia, dia 13

Prisão no bairro Pq Pinheiros. Fotos: Reprodução

David da Silva

A Polícia Civil deteve na manhã desta 4ª-feira (26) o suspeito de ter matado um agente da CET (Companhia de Engenharia do Trânsito) para roubar sua aliança na zona oeste da capital de São Paulo, no último dia 13. O acusado foi encontrado em uma casa do bairro Pq Pinheiros, em Taboão da Serra. No imóvel foram apreendidas caixas com aparelhos celulares. Ele tentou fugir, mas foi capturado em um escadão próximo ao local dos fatos.

Luan Schiavotto Gomes atirou quatro vezes contra o funcionário da CET José Domingos da Silva, de 48 anos, às 8h41 da manhã de uma 5ª-feira, 13 de março. O agente de trânsito fotografava um caminhão em situação irregular entre as ruas Osíris Magalhães de Almeida e Francisco Santoro, no bairro Vila Sônia.

Luan usava uma moto com bolsa de entregas nas costas. Sob a mira de um revólver, exigiu que o trabalhador lhe entregasse o celular e a aliança. O servidor público questionou o assaltante: “Você Você tem certeza que vai levar a aliança?”.

Luan respondeu: “Vai, cu..., Dá essa po..., dá essa po...., mano, eu vou atirar na sua cara, dá o bagulho”.

Após os disparos, Luan fugiu sem levar qualquer pertence.

Preso por esse latrocínio (matar para roubar), Luan também é réu com outros três homens em um processo de roubo majorado (grave ameaça ou violação contra a vítima) no Fórum de Sorocaba (SP).

A Polícia Civil encontrou Luan Schiavotto Gomes na casa de número 207 da Rua Rosa Provencial Delgaudio, no bairro Pq Pinheiros, na manhã de hoje. Segundo testemunhas, ele teria tentado uma fuga pelo escadão que dá acesso à Rua Virgínia Plascidina da Conceição, mas foi capturado.

Acima, Luan preso. Abaixo, no momento do crime
A imagem do assaltante foi captada pela câmera corporal do agente de trânsito