MC Lalão do TDS - Foto: Isac Oliveira |
David
da Silva
Tudo
sempre foi muito simbólico e forte na caminhada da compositora MC Lalão do TDS.
Primeiro funk seu no YouTube, em 18 de julho do ano passado, subiu exatamente quatro meses depois que, em
18 de fevereiro, tentou suicídio. E ela escolheu a data de ontem para lançar
seu primeiro videoclipe porque 29 de agosto é o Dia da Visibilidade Lésbica.
Larissa
Manoel nasceu em Taboão da Serra em 1996, justamente o ano em que rolou o 1º
Seminário Nacional de Lésbicas para exigir a inclusão social dessas mulheres.
Um tiro na cabeça do sistema
A
cidade onde nasceu está incorporada como sigla no nome artístico da cantora – daí
“Lalão do TDS”. Taboão da Serra é o cenário do clipe que desde este domingo viaja
pelas plataformas digitais.
Lalão
escreve funk desde 2017. Suas letras autobiográficas falam de autoestima e da
fuga das falsas soluções. “Tive que tomar tapa / tive que tomar socão / pra ver
que a caneta é a minha munição”, escreve em Princesa
do Gueto, lançada ontem. “Após uma tentativa de suicídio (não eficiente,
graças a Deus) eu decidi dar um basta na vida que tava levando. Percebi mais do
que nunca que a vida no meio das drogas iria me matar a qualquer hora”, declarou
no lançamento de Papaléguas, seu
primeiro single em 2020.
“Quando digo que a caneta é a minha munição, isso significa um tiro na cabeça do sistema. Eu tive que apanhar da vida em todos os sentidos. Não só da polícia, mas de parente, de gente na rua, pra ver que crime e drogas não valem a pena.”, afirma.
“O que vivo e onde eu tô”
Nos
seus 24 anos de vida, era apenas a quarta vez que Lalão encarava um estúdio quando
foi gravar Princesa do Gueto. “Conheço
a [DJ e produtora musical] Badsista (Linn
da Quebrada, Jaloo) desde 2016. No final de 2020 eu encontrei ela no Capão
[Redondo], a gente trocou uma ideia de como a música tava me ajudando. Aí ela
falou ‘vamos fazer um som seu’. O trampo ficou louco”, comemora MC Lalão em
entrevista ao site Zona Suburbana.
A rua onde mora na região do Pirajuçara, e alguns lugares que frequenta são a cenografia perfeita para MC Lalão passar sua visão: “Gravei o videoclipe uma parte no [Morro do] Cristo de Taboão, na rua de casa, na tabacaria com uns amigos meus. Mostrar o que eu vivo e onde eu tô”.
Palco e tatame
Além
dos palcos e estúdios de gravação, MC Lalão também tem uma história íntima com
a arte marcial. É judoca há mais de 20 anos: “Sou faixa-preta e dou aulas de
defesa pessoal para mulheres”.
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