domingo, 28 de maio de 2023

Mãe de autista revela falhas no atendimento ao filho em escola da Prefeitura de Taboão

David da Silva

O relatório médico encaminhado à EMEF Dalva Barbosa Lima Janson diz com todas as letras: “o menor necessita de auxiliar pedagógico individual”. Mesmo assim, um menino de oito anos de idade, portador de transtorno do espectro autista, e que estuda na 3ª série dessa escola está desde o começo de 2022 sem esse suporte especializado. A Prefeitura de Taboão da Serra diz que “vai ser aberta” em junho uma licitação para contratar profissionais voltados ao atendimento de alunos com deficiência.  A mãe da criança garante: “Isto eu estou ouvindo desde o ano passado”.

O garoto chegou à EMEF Dalva Barbosa em 2021, vindo de escola municipal infantil (EMI). “Quando ele foi para a EMEF a diretora disponibilizou auxiliar para ele se adaptar ao ambiente de uma escola maior, já que a EMI é menor”, relata Maria Luiza Ribeiro de Souza, 44 anos, mãe do aluno. “Só que eles foram observando que no caso do meu filho ele não precisaria de um cuidador individual, como no caso daqueles alunos que não conseguem ir ao banheiro sozinhos, que não comem sozinhos, que não falam. Nesta parte meu filho tem autonomia”.

Maria Luiza conta que a boa evolução do seu filho alterou o quadro de necessidades:

“De início, a neuropediatra recomendou cuidador individual. S­ó que como ele foi evoluindo, ela mudou o laudo. Tirou o cuidador individual e colocou o auxiliar pedagógico. Eu fui atrás dos direitos dele, e a SEDUC [Secretaria da Educação] alega que não tem funcionários. Desde o início do ano passado meu filho não tem auxiliar pedagógico individual como a neuro determinou”.

Mais dificuldades

Além do autismo com deficiência intelectual leve e do TOD (Transtorno Opositivo-Desafiador), que se revela no comportamento desobediente perante pessoas com autoridade, o filho de Maria Luiza tem outras dificuldades. “Ele fez exame, e a fonoaudióloga diagnosticou que ele escuta, porém tem um distúrbio auditivo. Para ele conseguir efetuar as atividades escolares, tem de ter uma pessoa do lado dele, repetindo mais de três vezes para ele efetuar a atividade. A prefeitura e a SEDUC sempre me falam: ‘tem que esperar a contratação’. E agora o meu filho com mais essa dificuldade da audição? Vou ter que ficar esperando até quando?”, questiona. Segundo ela, em abril a diretora da EMEF Dalva Barbosa protocolou ofício na Secretaria da Educação.

A criança também tem um cisto aracnoide na cabeça.

Maria Luiza reside há 11 anos em Taboão da Serra, e é atuante na causa dos portadores de necessidades especiais. “Faço parte do Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência. Ocupo a cadeira do autismo, sou suplente”, explica.

Ela conta ao blog bar&lanches taboão que na EMEF Paulo Freire, localizada no bairro Jardim Saporito, “um aluno [autista] fugiu da escola e ninguém viu. Uma moça estava passando na avenida, pegou a criança perdida na calçada, e levou para dentro da escola. A mãe desse aluno está na mesma luta que a minha em busca de auxiliar individual para o filho dela”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Procure o conselho tutelar, visa Fórum solicita uma liminar forçada requerendo a auxiliar.