O relatório médico encaminhado à EMEF Dalva Barbosa Lima Janson diz com todas as letras: “o menor necessita de auxiliar pedagógico individual”. Mesmo assim, um menino de oito anos de idade, portador de transtorno do espectro autista, e que estuda na 3ª série dessa escola está desde o começo de 2022 sem esse suporte especializado. A Prefeitura de Taboão da Serra diz que “vai ser aberta” em junho uma licitação para contratar profissionais voltados ao atendimento de alunos com deficiência. A mãe da criança garante: “Isto eu estou ouvindo desde o ano passado”.
O
garoto chegou à EMEF Dalva Barbosa em 2021, vindo de escola municipal infantil
(EMI). “Quando ele foi para a EMEF a diretora disponibilizou auxiliar para ele se
adaptar ao ambiente de uma escola maior, já que a EMI é menor”, relata Maria
Luiza Ribeiro de Souza, 44 anos, mãe do aluno. “Só que eles foram observando
que no caso do meu filho ele não precisaria de um cuidador individual, como no
caso daqueles alunos que não conseguem ir ao banheiro sozinhos, que não comem
sozinhos, que não falam. Nesta parte meu filho tem autonomia”.
Maria
Luiza conta que a boa evolução do seu filho alterou o quadro de necessidades:
“De início, a neuropediatra recomendou cuidador individual.
Só que como ele foi evoluindo, ela mudou o laudo. Tirou o cuidador individual
e colocou o auxiliar pedagógico. Eu fui atrás dos direitos dele, e a SEDUC [Secretaria da Educação] alega que não tem funcionários. Desde o início do ano passado meu filho não tem
auxiliar pedagógico individual como a neuro determinou”.
Mais dificuldades
Além
do autismo com deficiência intelectual leve e do TOD (Transtorno
Opositivo-Desafiador), que se revela no comportamento desobediente perante pessoas
com autoridade, o filho de Maria Luiza tem outras dificuldades. “Ele fez exame, e a fonoaudióloga diagnosticou que ele escuta, porém tem um distúrbio
auditivo. Para ele conseguir efetuar as atividades escolares, tem de ter uma
pessoa do lado dele, repetindo mais de três vezes para ele efetuar a atividade.
A prefeitura e a SEDUC sempre me falam: ‘tem que esperar a contratação’. E
agora o meu filho com mais essa dificuldade da audição? Vou ter que ficar esperando
até quando?”, questiona. Segundo ela, em abril a diretora da EMEF Dalva Barbosa
protocolou ofício na Secretaria da Educação.
A
criança também tem um cisto aracnoide na cabeça.
Maria
Luiza reside há 11 anos em Taboão da Serra, e é atuante na causa dos portadores
de necessidades especiais. “Faço parte do Conselho Municipal de Pessoas com
Deficiência. Ocupo a cadeira do autismo, sou suplente”, explica.
Ela
conta ao blog bar&lanches taboão
que na EMEF Paulo Freire, localizada no bairro Jardim Saporito, “um aluno [autista] fugiu
da escola e ninguém viu. Uma moça estava passando na avenida, pegou a criança
perdida na calçada, e levou para dentro da escola. A mãe desse aluno está na
mesma luta que a minha em busca de auxiliar individual para o filho dela”.
Um comentário:
Procure o conselho tutelar, visa Fórum solicita uma liminar forçada requerendo a auxiliar.
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