quarta-feira, 19 de março de 2025

Veja detalhes do B.O. sobre a morte na Base de Segurança em Taboão


David da Silva

O integrante da Guarda Civil Municipal (alterada recentemente para Polícia Municipal) de Taboão da Serra que tirou a própria vida durante o trabalho, “estava com restrição de acesso ao uso de armas da corporação”, segundo o boletim de ocorrência registrado às 5h30 do último sábado (15). Conforme o documento, “a arma utilizada na empreitada [suicídio] é particular”, e pertence ao colega de farda que dava plantão junto com a vítima.

Rafael Krisiak de Oliveira ia fazer 35 anos de idade no dia 11 do mês que vem. Entrou para a GCM-Taboão em 18.ago.2014. Seu acesso às armas estava restrito “pois respondia a processo por violência doméstica na comarca de Osasco”, diz o registro do 1º DP de Taboão da Serra.

O policial municipal Igor informou que na madrugada do último domingo estava trabalhando com o colega Krisiak na Base de Segurança do bairro Intercap. Igor sentiu-se mal devido a uma gripe, e foi descansar no seu automóvel, ao lado da base.

Por volta das 4h, o subinspetor Chaves foi até à Base Intercap entregar as chaves de outra base de segurança localizada no mesmo bairro. A porta trancada, ele bateu, mas não teve resposta. Ligou a sirene e o luminoso da viatura, e mesmo assim não foi atendido. Ao ver Igor dentro do carro, foi chamá-lo, entregou-lhe as chaves, e partiu em ronda.

Ao ficar sozinho trancado para fora, com o uso de sua lanterna Igor viu Krisiak caído dentro da base, e acionou seu superior Sandro Leo. Ao arrombarem o local, viram Krisiak deitado sobre uma poça de sangue com a arma na altura do ombro direito.

Igor disse que havia deixado sua Taurus calibre 45 na gaveta da base de segurança. A pistola e 13 munições intactas foram apreendidas pela Polícia Civil.

O delegado também mandou recolher o livro de registro e controle diário da base de segurança, onde Rafael Krisiak teria deixado uma suposta mensagem de despedida para sua mãe.

Para um policial militar ouvido pelo blog, houve falha de gestão no episódio: “Se o policial Krisiak estava com restrição ao uso de arma, por que foi escalado para trabalhar à noite em uma base onde tem sala de armas? Quem está com restrição tem de ficar no expediente [serviço administrativo]”, pondera.

A servidora pública Gisele Sena comentou no Facebook: “Fiquei sabendo e me emocionei muito, trabalhei com ele. Mais uma perda irreparável. Agem como se fosse mais uma notícia, mas não é... Um monte de gente se lamentando, e que deveria ter feito algo, mas não fez. Houve conversas? Intervenções? Orientação para que ele pudesse ter um acompanhamento digno de quem está doente emocionalmente? Qual foi a prevenção? O poder público precisa pensar na saúde mental desses pais e mães de famílias que saem de casa todos os dias e dão a vida pela população. Descaso que necessita de um olhar diferenciado e atitudes urgentemente, pois são vidas em jogo, uma tragédia anunciada”, lamenta.

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.

O CVV (https://www.cvv.org.br/) funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil

12 comentários:

Anônimo disse...

Além da tragédia, o colega de trabalho recebe pra dormir no carro? Se estivesse fazendo seu trabalho talvez uma tragedia poderia ser evitada.

Anônimo disse...

A GCM tem um plano de carreira que não é respeitado, a hierarquia prevê antiguidade, disciplina e estatutos que não são cumpridos. A política favorece aos partidários descontentando quem aguarda as promoções devidas, por tempo ou merecimento onde ocorrem as vantagens pessoal.

Anônimo disse...

Atitudes típica de pessoas depressiva,sei bem como é isso.

Anônimo disse...

Se ele estava restrito as Armas, como disse o Colega acima,Ele não deveria estar em uma Base no período Noturno e sozinho devido o Parceiro estar passando mal..
Deveria estar no ADM e sendo acompanhado por Profissionais..

Anônimo disse...

Nossa estamos mesmo passando por grandes problema da vida moderna, quando estava na ativa criei o aborto de estar orando com os guardas éramos em três pastores Ribamar, Apolinário e nascimento, nenhuma equipe saia para as ruas sem antes fazermos a oração do pai nosso isto ficou marcada na mente dos guardas só Deus da livramento de morte, ninguém era obrigado a ficar na sala na hora da oração mais todos ficavam por ter a certeza que isto os protegia contra o mau.

Anônimo disse...

Não sei quem postou isso,acorda,sem palavras

Anônimo disse...

O parceiro do suicida estava passando mal conforme eu li no texto que foi descrito no B.O não li que estava dormindo no carro.

Anônimo disse...

Realmente, tudo acabado. Sem noção é alguém que acha não ter importância orar, rezar, seja qual for a maneira, pois não tem nada a ver com religiosidade e sim pedir proteção a Deus, respeitar, ter temor, isso tem a ver com caráter e princípios de vida. Por isso está desse jeito, pessoas que entram na GCM por causa do poder, desrespeitam a história da Guarda Civil de Taboão da Serra, emocionados sem noção e sem respeito a vida e destroem famílias inteiras. Tirando a arma é só um Zé mané que transita por Taboão, ninguém percebe a existência deles sem farda!

Anônimo disse...

Boa noite, prezado David. Aqui, escreve um leitor bastante antigo do seu blog. Você pertence a "uma raça em extinção": que faz um jornalismo crítico e combativo, como deve(ria) ser. Contudo, devo ponderar que faltou um pouco de cuidado nessa matéria: o alerta de gatilho deve vir de saída, e talvez, não fosse necessário explicitar com todos os termos o que houve, como tem sido a praxe adotada nas redações dos "jornalões" por aí. À família, deixo meus sinceros pêsames e desejo que tenham muito amor, força e resignação para continuar, especialmente sua mãe.

Mauricio Lourenço disse...

Todos somos seres humanos, temos dificuldades nesse sistema que nos consome. Saúde mental dos Trabalhadores é urgente observar, principalmente em funções estressantes, só disciplina e gritaria não resolve. Aí entra os direitos da pessoa humana no trabalho e na vida.

Anônimo disse...

A prefeitura além de pagar um salário ridículo, não promove assistência médica e nem psicólogica aos servidores. Pergunta se o rapaz teve algum atendimento psicológico por parte da prefeitura.

Anônimo disse...

Correto