terça-feira, 24 de junho de 2025

Merendeiras almoçam nas escolas; professores estão proibidos

David da Silva

A gestão Daniel Bogalho determinou que a partir desta 2ª-feira (23) os professores da rede municipal de ensino de Taboão da Serra estão proibidos de se alimentar da merenda nas escolas onde dão aulas. Os funcionários das cozinhas terceirizadas continuam com direito à comida servida nos seus locais de trabalho.

A empresa Star Nutri está contratada pela Prefeitura de Taboão da Serra desde 2022 para servir nas escolas municipais 29.944 refeições diárias.

O argumento do prefeito para suspender o almoço dos professores é um acórdão publicado em 2009 pelo Tribunal de Contas da União (TCU), segundo o qual “não devem participar da alimentação escolar os diretores, professores, merendeiros e amigos da escola”.

Nem todas as escolas da prefeitura têm instalação adequada para os professores usarem como refeitório. “Na minha escola não temos cozinha para funcionários. Temos que lavar a marmita na pia do banheiro”, relata mensagem de whatsapp enviada ao blog bar&lanches taboão.

Nas escolas da prefeitura trabalham 1.589 professores e 589 profissionais do Quadro de Apoio Escolar constituído de auxiliares de classe, assistentes de desenvolvimento infantil (ADI) e assistentes de desenvolvimento escolar (ADE). Essas pessoas são as mais sacrificadas com a decisão do atual governo municipal, pois têm salário-base abaixo do salário mínimo nacional. O piso salarial das ADEs é R$ 1.334,87, e o das ADIs, R$ 1.479,99 – auxiliares de classe ganham salário-base de R$ 1.569,82.

Dentro das escolas municipais estão embutidos funcionários livre-nomeados indicados pelo próprio prefeito ou por vereadores. São 16 assessores (salário de R$ 3.500,00) em 13 escolas, além de 17 chefes de divisão (R$ 4.500,00) e diretores de departamento (R$ 7.500,00) em 17 escolas, segundo a folha de pagamentos de maio.

“Não será pago”

Na audiência realizada em 5 de junho com o sindicato dos funcionários da prefeitura, Daniel disse que a reivindicação de aumentar o vale-alimentação de R$ 305,46 para R$ 1 mil não será atendida. “Não será pago. Não tem nem estudo pra isso”.

Quando um funcionário perguntou sobre o vale transporte para funcionários da prefeitura, Daniel desdenhou: “Vamos lá. Você não tem o vale transporte. Quando você fez o concurso público, falava que você ia receber o vale-transporte?”.

Ação pedagógica

Os prefeitos que usam o acórdão do TCU para negar almoço aos professores, ignoram a avaliação da Coordenação Geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

O documento emitido cinco anos depois da decisão do TCU diz que “diante desta nova perspectiva, de que a alimentação escolar é considerada uma ação pedagógica, caso os professores consumam da alimentação escolar, esta deve ser no mesmo local e junto aos alunos”.

Para os técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, “os alunos têm os professores como exemplo a ser seguido. Nesse contexto, o papel do professor, ao se alimentar juntamente com os alunos, seria uma estratégia de educação alimentar e nutricional”, diz o Parecer Técnico nº 02/2014.

A remessa mais recente do Governo Federal para a merenda das escolas da Prefeitura de Taboão foi de R$ 1.405.998,75 entre 7 de maio e 4 de junho deste ano.

Sobras de merenda no lixo. Foto reprodução - 2ª-feira (23)
PREFEITO NEGA AUMENTAR VALE ALIMENTAÇÃO 

(de R$ 305,00 para R$ 1.000,00)


6 comentários:

Anônimo disse...

Quero ver o prefeito e a esposa dele indo no mercado ou na feira com $300 reais. Gostaria de ver a cara e a fala deles.

Anônimo disse...

Prefeito e secretários moram bem, ganham bem na prefeitura e fingem que não sabem que uma família, nem mesmo uma pessoa só consegue se alimentar com 1000 reais. Nem mil reais alimenta um família dignamente.

Anônimo disse...

Não podemos gastar com a alimentação digna dos concursados, mas podemos gastar com secretários, adjuntos, diretores e centenas de assessores.

Anônimo disse...

Quer sacrificar os funcionários e cria cargos de livre nomeados, nem dá o salário mínimo para os funcionários da cidade e não permite que comam. Em regime de exploração do trabalhador.

Anônimo disse...

Enquanto os funcionários tem que se alimentar com 300 por mês, ele goza a vida em hotel de luxo e humilha cidadaos

Anônimo disse...

" Perfeito o Bar e Lanches Taboão deu a grande dica de resolver esta questão: "

Ação pedagógica

Os prefeitos que usam o acórdão do TCU para negar almoço aos professores, ignoram a avaliação da Coordenação Geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

O documento emitido cinco anos depois da decisão do TCU diz que “diante desta nova perspectiva, de que a alimentação escolar é considerada uma ação pedagógica, caso os professores consumam da alimentação escolar, esta deve ser no mesmo local e junto aos alunos”.

Para os técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, “os alunos têm os professores como exemplo a ser seguido. Nesse contexto, o papel do professor, ao se alimentar juntamente com os alunos, seria uma estratégia de educação alimentar e nutricional”, diz o Parecer Técnico nº 02/2014.


A remessa mais recente do Governo Federal para a merenda das escolas da Prefeitura de Taboão foi de R$ 1.405.998,75 entre 7 de maio e 4 de junho deste ano.

Só precisa apenas os Sindicatos competentes, pedirem para o jurídico analisar e dar entrada no processo urgente, como mandado de segurança que é mais rápido para poder resolver esta questão.