Hoje, 13 de julho, o cantor, compositor, e violonista João Bosco comemora 61 anos de vida. A trajetória deste grande artista brasileiro pode ser vista em seu site oficial
Meu primeiro disco de João Bosco foi presente de minha irmã Norma, em 1975.
Já tinha ouvido algumas coisas do autor no rádio, mas aquele disco foi uma verdadeira iniciação.
Aquela capa com desenhos de São Sebastião do Rio de Janeiro crivado de flechas, e de um cantador nordestino, me fizeram cismar: “Aí tem!...”
O samba-enredo dedicado a João Cândido (“Mestre-Sala dos Mares”) já seguia o seu destino rumo ao olimpo das mais lendárias canções nacionais.
Mas havia outros personagens que, para a gente que nasce na outra dobra do mundo, me falavam muito de perto. A mulher morta, ex-companheira de gandaias, algazarras, para quem o cantor eleva sua última elegia. O homem da cidade grande acossado feito raposa. A virgem do subúrbio (“mãos frias/ coração quente”) que com um toque curava mudos, surdos, cegos e coxos e, um dia (”sem jamais haver provado/ do leito nupcial”) deu à luz um menino, batizado com o nome de um sargento da vizinhança.
No ano seguinte, com um 13º estufando no bolso, fui à Simão Discos, e lá estavam João e Aldir, em meio à rinha da vida proletária, afinando os cantares de “Galos de Brigas”.
Ah!, aquele fado:
Eu estou me devendo escrever um bom artigo sobre as virtudes vocais e violonístistas deste autor transcontinental.
Mas não estou pronto.
Fica pra quando João completar 70 anos.
No ano seguinte, com um 13º estufando no bolso, fui à Simão Discos, e lá estavam João e Aldir, em meio à rinha da vida proletária, afinando os cantares de “Galos de Brigas”.
Ah!, aquele fado:
“Cristas de incêndio crispadas/ Cristas do fogo de espadas/ Cristas de luz suicida/ Lúcidas do sangue futuro...”
Eu estou me devendo escrever um bom artigo sobre as virtudes vocais e violonístistas deste autor transcontinental.
Mas não estou pronto.
Fica pra quando João completar 70 anos.
Foto: Jean-François Martin
“Sou de um país chamado qualquer lugar”
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