sábado, 11 de agosto de 2007

Na imensidão de Baden

Quem me conhece, por conseqüência sabe da minha paixão absoluta, visceral, pela imensidão da obra do Baden Powell. É fácil imaginar a angústia, o sentimento profundo de impotência quando não consegui atualizar meu blog justamente na data do aniversário de nascimento deste monumental artista brasileiro. Se vivo, na 2ª-feira, 6 de agosto, Baden Powell de Aquino completaria 70 anos.
Baden foi – e sempre será; gênios não fenecem - o maior violonista do Brasil e do planeta Terra em todos os tempos, em todas as modalidades musicais. Ninguém, NENHUM músico avançou tanto quanto Baden pelos territórios misteriosos e plenos de alumbramentos do samba, da música clássica, do chorinho, do jazz...
Baden me comove, me levita e me faz descer até os mais escuros recônditos da minha alma alegretriste. Não me compete escrevê-lo. Cumpre-me cultuá-lo, dividi-lo com os amigos, revelá-lo a quem não teve ainda o privilégio de ver-se frente a frente com o “desvendador” incomparável dos caminhos infinitos que há no braço de um violão, o iluminador das fronteiras insondáveis (para nós, comuns dos mortais) que há entre os trastes do mítico instrumento.
Sua história e sua obra podem ser melhor conhecidas no site criado pelo seu filho Phillipe Baden Powell em honra deste magnífico compositor:
http://www.badenpowell.com.br
É da Alemanha o mais completo site sobre Baden Powell, que disponibiliza inclusive partituras do mestre das cordas:
http://www.brazil-on-guitar.de
Como curiosidade, deixo aqui o registro que entrei em contato com a música de Baden Powell por meio do “Projeto Minerva” do Ministério da Educação e Cultura no tempo da ditadura militar, que veiculava programas radiofônicos sobre música brasileira nas manhãs de domingo. Eu estava cuidando dos passarinhos que meu pai mantinha prisioneiros. Enquanto raspava-lhes as cacas do tabuleiro, trocava a água e renovava-lhes o alimento, de cima da tampa do poço um minúsculo equipamento a pilha principiou a irradiar aquela constelação de notas musicais. Cordas de violão tocadas com doçura amantíssima, para em seguida serem golpeadas por dedos viris e velozes, em cadência estonteante. Arapongas e canários, acompanhados pelo malandro pássaro-preto e por uma sutilíssima sabiá desembestaram a cantar. Aquele quintal da rua Geraldo Araújo dos Santos, no Jardim Helena, encheu-se de acordes.
Os militares voltaram para suas funções constitucionais, e eu estou por aí, totalmente possuído pela sonoridade incomensurável do Badinho, como o chamava Vinícius.
Vão aqui dois momentos e dois estilos da multiplicidade do violonista-maior.
No primeiro vídeo, “Samba Triste”, do próprio Baden, perante um público colossal na França.

Clicaqui: http://www.youtube.com/watch?v=TSUNbvb-DWg
No segundo, “Prelúdio em Lá Menor”, também do Baden, em um concêrto na Polônia.
Vai: http://www.youtube.com/watch?v=MVcz8IP3Ln4&feature=related
Enquanto você espera para carregar os vídeos, prepare seu espírito. Ninguém sai ileso de uma audição deste mulato, que se ombreia aos maiores gênios musicais da Humanidade.

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