Estivesse vivo hoje, o senhor Sebastião Rodrigues Maia completaria 65 anos. É até estranho imaginarmos o Tim Maia em idade avançada, acostumados que estávamos a vê-lo sempre no limite de seus usos e abusos.
Uma das melhores definições sobre o músico, na minha opinião, é sintetizada pelo jornalista Alexandre Matias: “Tim Maia sempre levou uma vida de excessos, em que sexo, drogas, brigas e curtição eram rotina. Viveu do jeito que quis, fez tudo que deu na telha e morreu em conseqüência das inúmeras baladas que participou. Uma vida inconstante, marcada por culpas e desculpas, namoros firmes com as paradas de sucesso e momentos de puro esquecimento artístico. Suas lendárias reclamações ao microfone e uma agenda não cumprida religiosamente eram apenas os sintomas superficiais de sua vida no limite.”
No auge de sua carreira, Tim Maia chegava a consumir 3 garrafas de whisky por dia, além de doses de cocaína e maconha. Certa feita, no Programa do Jô, ele tripudiou sobre seus próprios excessos: “Se perguntarem porque estou tão gordo, digam que é muita maconha, e depois muito filé mignon pra matar a larica”.
Sua fórmula de sucesso também era expressa em tom jocoso: “Sempre que arrumo uma mulher, ela me mete chifre. Aí, vou pro violão e chooooro, faço a música, e ganho um milhão. Arranjo outra, lá vem chifre de novo, chooooro outra vez, e ganho outro milhão”.
Pedi ao compositor Luiz Tatit (que além de excelente compositor, é também professor do Departamento de Lingüística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP) uma cópia do seu artigo “O vozeirão do gordão”, publicado há muitos anos na Folha. É uma análise profunda e uma explicação reveladora do sucesso de Tim Maia.
Quando o estudo estiver na minha mão, ponho sobre o nosso balcão aqui, para vocês degustarem.
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