quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Nem o amigo, nem a piada

O amigo jornalista Eduardo Toledo avisa que há dois anos não é mais morador do Parque Santos Dumont, onde sugerimos fosse construído o aeroporto de Taboão da Serra que ele insiste em manter na pista, perdão, na pauta.
O dito popular recomenda que “perca-se o amigo, mas não a piada”. Bom é quando não perdemos nem um, nem outra.
A forçada de barra em torno do assunto está levando a opinião pública de Taboão da Serra a dividir-se em torno de um dilema inexistente.
Até o momento em que esta postagem foi publicada, a enquete do portal O Taboanense registrava que 45,19% das opiniões estavam favoráveis à construção (sic!) de um aeroporto na região. Outros 41,35% manifestavam-se contrários. E os que levam a vida na base do "talvez" ou “não sei de nada” (isto te lembra alguém?) chegavam a 13,46%.
O novo aeroporto foi jogada do presidente Lula para atenuar a omissão do Governo Federal no acidente aéreo que matou pessoas “como nunca antes na História deste país”.

Xô, gavião!

Na própria reunião do ministro da Defesa Nelson Jobim com o governador José Serra, este assunto não decolou. “Nem discutimos esta questão”, disse Jobim (O Estado de São Paulo, 28.jul.2007).
E mesmo que Jobim quisesse taxiar esta conversa, José Serra já foi para a reunião com os reversores acionados. “Construir um novo aeroporto na região metropolitana de São Paulo é um projeto de longuíssimo prazo. Apresentá-lo como “solução” é ignorar a complexidade ambiental da obra, as dificuldades de acesso, o tempo de demora.Uma estimativa otimista mostra que o novo aeroporto só teria sua primeira fase concluída daqui a dez anos. Algumas estimativas de custo (3 bilhões) têm sido fortemente subestimadas, pois ignoram toda a infra-estrutura necessária”, dizia o texto da pré-pauta do encontro.
Para colocar mais areia onde antes nem havia o groover, o Ministério Público pintou-se para a guerra. Em nota divulgada no dia 30 de julho de 2007, o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, afirma que o meio ambiente seria muito afetado e é necessário avaliar, "com prudência", outros meios para desafogar o tráfego aéreo. Causa grande preocupação a possibilidade da aplicação de providências que acabem por atingir o meio ambiente da Região Metropolitana, já agredido ao extremo", analisa o procurador. Ele lembra que a densidade demográfica já é bastante elevada e o crescimento "desordenado" da malha urbana tornam o espaço físico da Grande São Paulo "inapropriado" para empreendimentos deste porte, como um aeroporto, sem que atinja áreas protegidas.

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