sábado, 19 de janeiro de 2008

¼ de século sem o Anjo das Pernas Tortas

Para Marco Pezão Iadocicco
Domingo ainda nem chegou, e eu já estou chorando antecipado. Dia 20 de janeiro completará 25 anos da morte de Mané Garrincha, o mais imprevisível e criativo jogador do Brasil em todos os tempos.
Manoel Francisco dos Santos era tanto, que a ele não cabia apenas um apelido de Mané Garrincha. O genial Camisa 7 foi eternizado pela voz da gente humilde das ruas com os títulos de Alegria do Povo e o Anjo das Pernas Tortas.
Sua vida foi inteira mergulhada nas polêmicas e nos porres. Nem mesmo depois de morto Garrincha deixou de entortar a lógica. O jornalista Ruy Castro escreveu-lhe a mais bela biografia (A Estrela Solitária) mas as filhas do seo Mané implicaram com o livro, porque o escritor citava o pênis avantajado do pai. A Prefeitura de Pau Grande, cidade onde ele nasceu, construiu-lhe um mausoléu de 20m de altura, mas a tia de Garrincha não permite que retirem seus restos mortais de um cemitério em Magé. O Botafogo, time onde Mané se imortalizou, quer levar sua estátua para o novo Estádio João Havelange. Mas a família quer que ela permaneça no Maracanã.
Você que só conhece Mané Garrincha por ouvir falar, chegou sua hora de levantar-se da ignorância. Conheça a vida e a arte de um brasileiro incomparável, digno de teses de doutorado e estudos acadêmicos e leigos.
No vídeo abaixo, imagens dos dribles desconcertantes de Mané – pra ele, todo jogador adversário era chamado de João. O texto é do magistral Nelson Rodrigues. Repare que o desempenho infernal do jogador frente aos oponentes enlouquecia de júbilo até mesmo os soldados escalados para a segurança dos estádios.
No outro vídeo, ouça a canção composta por Alberto Luiz, enorme sucesso na voz de Moacyr Franco em 1970, em homenagem ao impossível Mané. Garrincha morreu aos 50 anos, pobre e desamparado.

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