domingo, 13 de janeiro de 2008
Herdeiros da cratera do Metrô vivem em Taboão
Kauã Adriano Ferreira da Silva completará um ano de vida no próximo dia 22 de fevereiro. Ele nasceu 40 dias depois de seu pai Wescley Adriano da Silva ser tragado pela cratera do Metrô, durante a construção da Linha 4-Amarela, que ligará o bairro da Vila Sônia à Estação da Luz, na Capital de São Paulo. A tragédia completou um ano no último sábado, dia 12 de janeiro.
Wescley tinha 22 anos, e trabalhava há seis meses como cobrador de um microônibus, cujo ponto final da sua linha Casa Verde-Pinheiros ficava ao lado da futura galeria do Metrô. A Cia. do Metropolitano chegou a alegar que o desmoronamento da obra não causara vítima. Mas, o coletivo era rastreado por satélite que acusava estar o veículo soterrado naquele lugar. O corpo de Wescley só foi retirado dos escombros seis dias depois. Além dele, morreram outras sete pessoas.
Elenilda dos Santos, 43 anos, mãe do cobrador mudou-se para Natal/RN, onde o filho está sepultado. Ela não conseguiu retomar o ritmo normal de vida. Diariamente pessoas a paravam nas ruas para perguntar alguma coisa sobre o filho “engolido” pela obra. Elenilda foi a única parente de vítima do Metrô que se negou a fazer acordo por indenização com as empreiteiras da obra. “Processei o Estado. Quero os culpados punidos”, diz. No último sábado, foi realizada uma missa na capital potiguar pelo ano da morte do cobrador.
A viúva Thais Ferreira Gomes resolveu recomeçar a vida em Taboão da Serra. Com o dinheiro (não revelado) da indenização pela morte de Wescley, ela comprou uma casa ainda sem acabamento na cidade. Thaís vive com uma pensão de R$ 600,00 e um plano de saúde restrito à Capital.
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