terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Novo “Salve” alvoroça a quebrada

Fuzil apreendido no Campo Limpo é igual ao exibido por Serra

Na madrugada de sexta-feira para sábado, despenquei o morro do Parque Marabá, e fui tomar umas (melhor dizer: várias) e outras no boteco fecha-nunca da Estrada do Campo Limpo.
Lá pela sexta garrafa – coisa entre duas e meia e três horas da madrugada -, vejo uns caras falando aos cochichos pelas beiras do balcão: “O bicho ta pegando lá na 37”.
Me transferi para outro estabelecimento, onde a crônica do submundo flui com menos tropeços. A Polícia havia acabado de prender Alex Nolasco de Oliveira, 19 anos, que estava com outro colega em um carro cinza, quando os PMS os acossaram. O que mais rendeu comentários naquele fim de noite foi o fato do rapaz ter sido preso com... um fuzil tipo 762, de fabricação belga. Arma de uso reservado.
Daí me lembrei que a PM também havia prendido no dia 1° de fevereiro um bando, em Presidente Venceslau e Presidente Epitácio, onde estão confinados os líderes do PCC. Na ocasião foram apreendidos coletes à prova de balas, capuzes e 3 fuzis – um deles com mira telescópica. O objetivo do bando, segundo o serviço secreto da PM, era seqüestrar agentes penitenciários ou seus parentes.
E certamente, o rapaz preso no Campo Limpo com um fuzil importado, não ia só assaltar pontos-de-ônibus.
É possível que este alvoroço todo seja porque os 645 comandantes do PCC querem sair do isolamento até a próxima 6ª-feira, 15 de fevereiro. Senão, vão deflagrar greve nas cadeias paulistas. A mensagem (denominada de “salve” pela organização criminosa) foi passada para um traficante preso em Lavínia. Dalí, ele espalhou o “salve” para outros presídios entre os dias 13 a 20 de janeiro.
Daqui a dois meses completa-se dois anos que o PCC impôs o clima de terror por várias horas, em todo o Estado de São Paulo.

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