quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Oh, Tricolor! Paga o Peixinho!!!

Na primeira semana de janeiro deste ano, o escritor Ignácio de Loyola Brandão encontrou-se com o ex-jogador Peixinho, ponta-direita do São Paulo FC no início da década de 1960 (na foto à direita, Peixinho é o primeiro da esquerda, agachado).
Como é comum em conversas de velhos amigos, evocaram o passado. Na inauguração do estádio do Morumbi, no dia 2 de outubro de 1960, Peixinho abriu o placar com o gol da vitória do São Paulo 1 x 0 Sporting de Lisboa.
Os cartolas tricolores prometeram um carro a quem estreasse o placar do novo estádio.
- Daqui a três anos, vou comemorar – disse Peixinho.
- Os 50 anos do primeiro gol? – perguntou o escritor.
- Não! Os 50 anos do carro que nunca recebi - riu Peixinho.

Diante do espanto de Ignácio (autor do livro São Paulo, a Saga de Um Campeão) Arnaldo Poffo Garcia, o lendário Peixinho, hoje com 67 anos, ironizou: “Vai ver, perderam a chave, o carro deve estar ainda no porão do estádio. Talvez seja um velho Fusca”.
Ironias à parte, Peixinho tem uma explicação para o não cumprimento da promessa:
Foto: Márcio Torvano - 13.jun.2007
- No fundo, esperavam que o gol fosse feito por um dos dois cobras do time, o Gino ou o Canhoteiro, megajogadores. Daria muita mídia. Mas foi o menino recém-saído do juvenil [vindo da Ferroviária] que escreveu a história. Acho que frustrei expectativas. Esqueceram. Talvez nas bodas de ouro do gol me entreguem o carro que nunca vi.

Publicado no O Estado de São Paulo, 11 de janeiro de 2008, Caderno 2, página D10.

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