Rola um projeto mal destilado na Câmara de Vereadores de Taboão da Serra. Querem proibir propaganda política nos muros da cidade, para garantir igualdade de condições na disputa entre candidatos (as) a vereador (a).
Quem regula procedimentos de campanha é a Lei Eleitoral. Leis ordinárias (na acepção chula do termo) não têm estatura para regrar refregas municipais.
O respeito deste nosso Bar & Lanches Taboão pelo vereador Paulo de Souza Félix (autor da proposta) se dá na justa proporção às suas bodas de prata com as urnas. Razão pela qual ele será entrevistado no nosso balcão. O assunto da exortação eleitoreira na base da broxa lhe será servido na conserva de pimenta.
A igualdade de condições na peleja por uma cadeira no parlamento local, se dá no não uso da máquina administrativa. Na capacidade de segurar sua onda quando, eleito pela oposição, não rastejar rumo ao gabinete do Executivo, para garantir sobrevida no Legislativo.
Agora, a cultura de botequim.
Uma antiga inscrição eleitoral foi conservada graças ao encobrimento de Pompéia pelas lavas do Vesúvio por 16 séculos.
O fragmento de uma muralha contendo pedidos de votos (à esquerda) foi encontrado na oficina de um tal Verecundus.
A pintura representa Mercúrio com uma bolsa de dinheiro em sua mão direita. Entre várias inscrições eleitoreiras há uma que diz: “Peço-lhe eleger Holconium Priscum como duovir. Ele é digno..." etc. e tal.
Na rua do portão principal de Pompéia, a Via Consolare, encontrou-se a propaganda política (à direita) de dois candidatos a aediles (vereadores): M. Cerrinium Vatiam e A. Trebium Valente. Outras exortações para votar nestes candidatos foram encontradas ao longo da Via dei Foro. Sabe-se que Trebium Valente foi eleito vereador em 71 d.C., e em 75 d.C. candidatou-se ao duunvirato.
Pra fechar a rodada. A palavra candidato vem do latim candidus (puro, sem mancha). Daí, candidatus (que se vestiam de branco para submeter-se ao eleitor).
Viu só como regredimos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário