quarta-feira, 4 de junho de 2008

Fora do ritmo

Recebi, hoje pela manhã, o e-mail da Dora Nascimento com a programação de junho do Espaço Cultural Resistência e Ousadia (ECRO). Fiquei eufórico com a temática do mês: Música e Cinema.
- Que bom! - refleti extasiado. Será que vão projetar o documentário Cartola – Música para os Olhos, lançado em abril de 2007? Ou terão optado por Noel – O Poeta da Vila, lançado em novembro de 2007? Quem sabe Paulinho da Viola – Meu Tempo é Hoje, lançado em 2003? Talvez tenham escolhido o DVD Vinícius, lançado em novembro de 2006... Nem quero pensar que podem ter se lembrado de Saravah, documentário de Pierre Barouh filmado em 1969, e lançado em DVD pela Biscoito Fino em 2005. Como neste filme meu ídolo Baden Powell domina a cena, nem quero crer que possam projetar Velho Amigo - O Universo Musical de Baden Powell, do documentarista francês Jean-Claude Guiter, lançado em outubro de 2003...
E cá estava eu, distinta freguesia, com a cabeça docemente apoiada nos meus cotovelos calejados por mil balcões, sonhando com quantas e magníficas opções a galera esperta do ECRO poderia nos brindar. Mas, qual o quê... Foram escolhidos filmes sobre música caribenha, soul, blues e até (argh!) rap... Ainda botaram no release que “duelo de rappers” nos lembra os desafios dos nossos repentistas nordestinos.
Gosto muito da atividade do ECRO. As portas de aço do nosso boteco estarão sempre levantadas pra ele. Por mim, tudo o que a Dora fizer (mesmo errado) está certo. Mas desta vez, francamente...
Todavia, se quiseres ir... O ECRO fica na Avenida doutor José Maciel, 584 - Jd. Maria Rosa - Taboão da Serra/ SP – Fone: 4771-6806.

3 comentários:

Associação Fique Vivo disse...

Caro David,

As sugestões de filmes e documentários que fez são ótimas e certamente serão incorporadas em nossa programação futura. Estamos na nossa 12 mostra, iniciada em maio de 2007. Nesse período foram ram exibidos mais de 44 filmes e documentários versando sobre temáticas das mais variadas: povos indígenas, consciência negra, luta pela terra, infância e adolescência, luta das mulheres, lutas ambientais, maio de 68 etc. A grande maioria da programação foi montada em torno de filmes e documentários nacionais. Inclusive, em boa parte das sessões, tivenmos a presença de produtores, diretores e roteiristas, participando de acalorados bate-papos com nosso público cativo. Que pena que não tenha tido conhecimento de tais mostras para divulgá-las com tanto destaque em seu site (certamente, uma falha de comunicação da nossa parte). De qualquer forma, espero que tenha um tempinho e apareça qualquer dia destes no ECRO, tanto para conhecer de perto nossas instalações, como para conversar fraternalmente e, quem sabe, compreender nossa linha de ação que tem como um dos focos principais, o trabalho com jovens periféricos em situação de vulnerabilidade social. A maioria deles, como certamente deve saber, é fã incondicional do hip hop e da música negra internacional. Essa mostra de junho é apenas uma tentativa de contemplar tais expectativas há muito criadas lá no ECRO diante esse segmento específico do nosso público-alvo.

atenciosamente

Luís Roberto de Paula
(um dos coordenadores do ECRO/POnto de CUltura em Taboão da Serra).

David da Silva disse...

Estimado Luis,
das suas 220 palavras em defesa da agenda deste mês, o trecho “é apenas uma tentativa de contemplar tais expectativas [dos fãs de hip hop e black music]” aparece no meu vocabulário cultural sob a vinheta concessão.
Quanto à divulgação do ECRO, o marcador no rodapé da página prova que as atividades deste Ponto de Cultura são costumeiramente servidas aqui no nosso balcão imaginário. A Dora e o meu irmão Antonio Rodrigues jamais cometeram “falha de comunicação”.
Um fraterno abraço, e a certeza que este boteco virtual é seu parceiro (apenas e tão somente) na resistência e ousadia.

Associação Fique Vivo disse...

Então, aguardo sua presença lá no ECRO. E, é claro, quando tiver um tempo vou colar ai no bar com o Toninho e a Dora para conversarmos tete-a-tete, tomando umas...
luís