segunda-feira, 2 de junho de 2008

O dia em que Baden Powell “quebrou” o braço

De 1968 a 1983, Baden Powell morou em Paris – em 1995, voltou a montar residência lá. E levou seu violão por todos os recantos da capital da França. No livro da jornalista Dominique Dreyffus – O Violão Vadio de Baden Powell, 1999, Editora 34 – é possível você conhecer as ruas da Cidade Luz seguindo os passos do imortal violonista.
Quando não estava gravando, fazendo show ou praticando (passava religiosamente de 6 a 8 horas por dia treinando no violão), Baden se enfiava pelos botequins parisienses. E nem sempre eram locais recomendados para artistas do seu renome.
Não raro, a mulher de Baden pedia ajuda à polícia, para ir buscá-lo em tavernas infectas, onde Badéco era capaz de varar madrugadas, tragando uma quantidade industrial de whisky.
Certa manhã, seu empresário o aguardava no estúdio, acompanhado por quase uma centena de outros músicos e jornalistas, especialmente convocados para o acontecimento: Baden iria gravar Garota de Ipanema. A hora avançava, e nada de Baden. Nervoso, o produtor liga para sua casa. Um ressaqueado Badéco atende: “Rapaz, bebi tudo ontem à noite. Não consigo tocar nada hoje”, desculpou-se. “O que faço com todos estes convidados?”, desesperou-se o empresário. “Diga que eu quebrei o braço.” “Como vai quebrar o braço hoje e tocar amanhã?”, insistia o homem, mas o telefone já pendia inerte das mãos gloriosas do gênio.
Dia seguinte, lá foi todo aprumado nosso deus das cordas, fazer a mais esplêndida gravação da canção de Tom e Vinícius. Assista uma das muitas versões que Baden deu à canção-símbolo da Bossa Nova.

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