Citei acima que eu entornava uns copos de samba quando me avistei com o advogado-candidato. Pois saindo dali, fui pro boteco do Wilson Pezão, onde dediquei-me a integrar uma dupla bíblico-etílica – Abel e David.
O parceiro abandonou a peleja, e minha missão continuou butecos abaixo. Tive de confabular com um tiozinho friorento, com as pernas cruzadas em parafuso na quina do balcão, com a típica vestimenta dos merdunchos da periferia: bermudão, japona de napa, e chinelo-de-dedo. Que logo partiu pro ataque: cigarro, papo-furado, 50 centavos pra uma amarguinha, etc.
Diante do meu complexo vitamínico (C+VB= coca-cola com velho barreiro) o tiozinho manifestou sincera curiosidade pelo nome da biritagem.
Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos militares dos EUA desembarcavam por aqui. E sentiam falta do seu sagrado whisky. Os garçons sugeriam a nossa cachacinha. E os gringos misturavam-na à coca-cola. A bebida ficou até bem difundida, mas pagã, sem nome.
Naquela época (1943) foi lançada a chanchada musical Samba em Berlim, onde se tirava um sarro de Hitler, que já estava meio mal das pernas.
Pelas músicas e pelo elenco, deve ter sido um filmaço. E ainda tinha a - então deliciosa - vedete Virgínia Lane (à esquerda), petisco predileto do ditador Getúlio.
O povaréu logo adaptou o título da película à bebidinha dos milicos do Tio Sam.
Os íntimos do balcão já não chamam esta birita pelo seu nome composto. Basta dizer “samba” que o rapaz da copa já está inteirado.
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